Video-resenha de “Espíritos de Gelo”

Video-resenha de Espíritos de Gelo por Fabricio Martines.

Fabricio já havia feito uma resenha por escrito no blog “Eu Penso Sozinho“, encontrada aqui.

Enjoy.

Dragões de Éter no Wazup?

Resenha de Helena Lange para o Wazup?.

Link original aqui.

Enjoy.

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Resenha: Dragões de Éter – Raphael Draccon

Eu já comentei sobre esse livro no meu twitter (aqui, aqui, aqui, aqui e aqui) e de fato precisa de muitos comentários. A principio pode soar confuso e chato, mas quando a gente pega o jeito do autor as coisas se tornam claras. E repito, é o tipo de livro que a gente não tem vontade de parar de ler.

Conto por experiencia própria: sempre tem uma parte de um livro que a gente não gosta tanto e é uma regra que eu não podia ser exceção. A parte de Snail Garford (leia e saberás) sempre me entediou, sempre, mas os capitulos são intercalados em um esquema 1-2-3-4-1-2-… e eu ficava tão curiosa a respeito das outras partes que continuava lendo. Sabe aquela frase “vou ler só mais um capítulo”? Ou “eu preciso saber o que acontece com esse personagem então vou continuar lendo”? É exatamente disso que eu estou falando e quando a gente se dá conta, acabou o livro :(

Em menos de 300 páginas Dragões de Éter vira uma salada de contos de fadas e histórias contadas para crianças (Faz-me lembrar dos irmãos Grimm) que nao fazem o menor sentido separadamente mas que Raphael Draccon as interliga com maestria na pele de um bardo. Além de escrever de forma extremamente simples e ao mesmo tempo com uma riqueza incrível de detalhes, é regado a muita crítica e ironia. A história se desenrola como se o autor realmente conversasse com o leitor, com certos devaneios e auto-críticas.

eu tenho *-* lindão

Nova Ether é o mundo onde tudo acontece sombriamente, dividido em dois continentes e um sem-numero de reinos. Sem divindades mas com semideuses sempre presentes; e as fadas são encarnações desses semideuses, como avatares. Os habitantes desse mundo são os personagens das histórias infantis (Chapeuzinho branco que virou Vermelho, João e Maria, Gato de Botas, Branca de Neve, Capitão Gancho, …) que desconectados não tem nada a ver um com o outro e que são ligados por fatos possíveis para a realidade da fantasia épica escrita por Draccon; de onde vem, para onde vão e o que acontece depois do “Fim”. As motivações e razões para que esses personagens se tornem heróis são completamente humanas: orgulho, amor, guerra, saudade. Os momentos de paz em Arzallum que foram declarados após o fim da Caça às Bruxas está perto do fim e uma nova caçada vai acontecer.

Volto, assim que der, com Corações de Neve e Círculos de Chuva :)

Trechos que eu mesma transcrevi: http://bit.ly/wds9m9, http://bit.ly/Ad73Rx

Quer uma dica? Considere, inclusive, ler o epílogo e as orelhas do livro antes do restante da história.

Dragões de Éter no “As Palavras Fugiram”

Resenhas de Octávio Henrique para o As Palavras Fugiram.

Link original aqui e aqui.

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Resenha: Caçadores de Bruxas – Raphael Draccon

12:00 | Por Marta Safaneta |

Saga: Dragões de Éter v.1
ISBN: 9788562936333
Páginas: 438
Editora: Leya
Ano: 2010
Avaliação:

Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de Fadas-Amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltam contra as antigas raças. E assim nasce a Era Antiga.
Essa influencia e temor sobre a humanidade só tem fim quando Primo Branford, o filho de um moleiro, reúne o que são hoje heróis mais conhecidos do mundo e lidera a histórica e violenta Caçada de Bruxas.
Primo Branford é hoje Rei de Arzallum, e por 20 anos saboreia, satisfeito, a Paz. Nos últimos anos, entretanto, coisas estranhas começaram a acontecer…”

Se você já se perguntou alguma vez o que aconteceu com os irmãos João e Maria Hanson, com Ariane (conhecida como “a menina do chapéu vermelho”) e até mesmo com o capitão pirata James “mão-de-gancho”, já passou da hora de ler “Dragões de Éter”.

Diferente do que sugere o título, os “dragões” da narrativa são aquelas personagens lendários, que pensamos que não existem fora dos contos-de-fadas, mas que possuem uma personalidade a qual os Irmãos Grimm jamais imaginariam.

Além do mais, Draccon escreve de forma que me pareceu estar sentado em uma taverna ouvindo um excelente bardo contar brilhantes histórias (e sinto que ainda devo pagar-lhe uma bela caneca de cerveja).

Porém ainda há algo que torna a narrativa ainda mais emocionante, que é a existência dos semideuses criadores, já que eles existem, mesmo que ninguém alguma vez os tenha visto e eles jamais se apresentarem.

Vale totalmente à pena conhecer profundamente (ou quase) personagens de histórias que marcaram a infância de todos que já leram, assistiram ou ouviram os clássicos contos de fadas. Ainda mais por ler (mesmo que pareça que esteja ouvindo) uma intrigante Caça ás Bruxas onde todos os personagens te surpreendem em algum momento que você realmente não esperava, mostrando seu verdadeiro poder, criando sua marca na história de Nova Ether, se tornando (ou tentando se tornar) uma lenda, um Dragão.

Resenha: Corações de Neve – Raphael Draccon

Saga: Dragões de Éter v.2
ISBN: 9788562936012
Páginas: 495
Editora: Leya
Ano: 2010
Avaliação:

Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de Fadas-Amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltam contra as antigas raças. E assim nasce a Era Antiga.
Hoje, Arzallum, o Maior dos Reinos, tem um novo Rei, e a esperada Era Nova se inicia.
Entretanto, coisas estranhas continuam a acontecer…
E a Tecnologia do Oriente chega de maneira devastadora ao Grande Paço, dando inicio a um processo que irá unir ciência e magia, modificando todo o conhecimento científico que o Ocidente imaginava possuir.
E mudará o mundo. Mais uma vez

Cuidado: Spoilers para quem não leu o primeiro livro.

Por um acaso já imaginou um príncipe participar de um torneio de pugilismo? Axel Terra Branford, ultimo príncipe de Arzallum, já participou.

Já conseguiu imaginar um revolucionário que deveria ficar preso pelo resto de sua vida receber anistia de um Rei? Bom, Robert de Locksley obteve, mas não contentou-se com a liberdade e continuou a buscar a independência de Sherwood, província onde, na juventude, ficou conhecido como Robin Hood e buscava tirar dos ricos para dar aos pobres.

Se não bastasse um torneio de pugilismo e um revolucionário a solta, temos ainda um filho que precisa defender a honra da família que fora manchada pelo pai ao fazer um contrato com um conde ligado á magia negra.

Mas se acha que toda essa frieza não lhe foi suficiente para gelar-lhe o coração, você conseguiria ver um rei ser envenenado e ainda assim acreditar que a princesa, sua filha, deverá assumir Stallia, o reino da neve, onde Robert de Locksley está à solta preparando uma revolução em um de seus condados?

Mesmo que isso ainda não tenha sido suficiente para assustar-lhe, conseguiria acreditar que Branca coração-de-neve, princesa de Stallia, e filha do envenenado rei Alonso, além de ter que assumir o reino de seu pai também irá se tornar a Rainha de Arzallum, o maior dos Reinos, ao se casar com o novo Maior dos Reis, Anísio Terra Branford?

Pugilismo, mentiras dentro de famílias, revolucionários a solta, reis envenenados não são o suficiente para abalar Nova Ether, pois ainda há a chegada de uma máquina voadora, vinda de terras-além-mar, com criaturas jamais vistas em Arzallum ou em todo o Ocidente e a iminência de uma gigantesca Guerra Mundial e o ressurgimento dos, já prometido pelo falecido Rei Primo, Cavaleiros de Helsing. Verdadeiros Caçadores de Bruxas.

Tudo isso adicionado a narração de um bardo jamais visto na história, como Raphael Draccon, e você terá a história mais envolvente e reveladora já vista por nós e presenciada pelos Nova-eterianos.

Matéria – Correio Braziliense

Matéria dessa semana sobre literatura fantástica no Correio Braziliense.

Link original aqui.

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Mundo povoado por seres fantásticos dão fôlego a jovens escritores


Publicação: 09/01/2012

A popularização da literatura de fantasia levou alguns escritores brasileiros a trilharem os caminhos desse gênero. O mundo habitado por guerreiros, vampiros, lobisomens, demônios e anjos está ganhando cada vez mais espaço entre as publicações nacionais e diminuindo a dependência da criatividade estrangeira para satisfazer leitores adeptos ao estilo.

A fantasia nacional soma algumas dezenas de títulos, como as séries vampirescas de André Vianco; A batalha do Apocalipse, de Eduardo Spohr; e a trilogia Dragões de éter, de Raphael Draccon. O fenômeno editorial ocorreu no momento em que o mundo vislumbrava a magia de Harry Potter e o cinema resgatava a saga de O senhor dos anéis. Mas as inspirações dos escritores daqui foram várias, passando por J. R. R. Tolkien, J. K. Rowling, C. S. Lewis e chegando a nomes do passado, como o criador do Conde Drácula, Bram Stoker.

O paulistano André Vianco publicou 14 obras, com 700 mil cópias vendidas e faz projeto piloto para série de tevê (Arquivo Pessoal)
O paulistano André Vianco publicou 14 obras, com 700 mil cópias vendidas e faz projeto piloto para série de tevê

Um dos precursores e disseminadores dessa tendência no país foi o paulistano André Vianco, 35 anos. Em 2000, ele lançou Os sete, livro que conta a história de sete vampiros que desembarcam no litoral brasileiro, e ainda hoje figura entre os mais vendidos. “A internet inverteu o fluxo de como as editoras decidiam o que publicar. A indústria do entretenimento passou a ver que os leitores liam também na internet. Então, começaram a entrar os autores nacionais de fantasia e terror. Perceberam que havia bons escritores aqui e começaram a ver que os leitores queriam ler esses autores, sim. Porque, mesmo sem existir na loja, o escritor tem o seu blog, o seu público, as editoras vão atrás deles também. Hoje, com as redes sociais, existe uma fidelização do público leitor, o que está fortalecendo esse nicho que até então era ignorado”, analisa.

Dono de um recorde de 700 mil cópias vendidas, com 14 livros publicados e um em produção, André Vianco ensaia os primeiros passos como diretor de uma série de tevê baseada na trilogia O turno da noite. A produção é independente, e conta apenas com o episódio piloto até o momento. “São passos tímidos ainda, mas os leitores adoram. É aquela coisa bem brasileira, bem autoral. Eu escrevi o roteiro, dirigi e abri minha produtora”, acentua.

Receita para o sucesso não existe, mas Vianco sempre dá dicas nas palestras que faz pelo Brasil a jovens que pretendem tornar-se escritores: “É gostar de escrever e sobretudo gostar de ler. Ser perseverante, porque o mercado não é fácil”.

Medieval e tecnológico
O estilo do carioca Raphael Draccon, 30 anos, é diferente, sem seres sanguinários. Autor da saga Dragões de éter, com mais de 50 mil exemplares vendidos, Draccon lançou-se no projeto de escrever um livro para ser como Bruce Lee. De tanto assistir a Operação Dragão na infância, ele prometeu para si que também seria escritor e faixa-preta, e trabalharia com cinema. “Precisei de 20 anos para cumprir toda a promessa”, brinca.

A trilogia Dragões de éter é uma releitura de vários contos de fada compartilhando a mesma trama, com uma linguagem para adolescentes, e não para crianças. Contém ação e magia na mesma medida, em um cenário medieval e tecnológico. Ninguém escapa. Chapeuzinho Vermelho, João e Maria, a Branca de Neve e os sete anões, estão todos lá, com uma dose farta de cultura pop, vinda principalmente do rock.

A trilogia ganhou forma em meio a uma rotina agitada. Raphael estudava cinema de manhã, dormia à tarde, dava aulas à noite e escrevia de madrugada. O esforço rendeu, à época, um original de 400 páginas, entregues nas mãos do editor. A edição publicada tem cerca de 1.400. “Eu havia produzido uma capa simbólica, os personagens impressos em papel especial. A ideia era resgatar o que a minha geração sentia ao assistir a A caverna do dragão. Uma obra envolvendo um cenário sombrio, suavizado por uma visão juvenil”, explica Draccon.

Quando publicou os livros pela primeira vez, cinco anos atrás, a realidade era outra. “Hoje, o mercado é um pouco mais aberto a novos autores. Há alguns anos, aí podemos utilizar autores como Vianco e Spohr como exemplo, escritores nacionais de fantasia não eram best-sellers ,e nem editoras nem leitores confiavam tanto neles como atualmente”, resume.

Fada Mel
Mesmo dentro do gênero fantasia, o público é bastante diversificado. Distante das batalhas épicas e confrontos violentos, o livro A fada, de Carolina Munhoz, paulista de 22 anos, vencedora na categoria literatura do Prêmio Jovem Brasileiro 2011, é uma história de esperança diante de dificuldades.

A inspiração que Harry Potter deu a Carolina foi tanta que até a cidade onde a trama se desenrola é a mesma onde o bruxo morava: Londres. “Eu sempre fui apaixonada pelo local, pela história do Rei Arthur. Harry Potter intensificou e resolvi usar Londres como cenário. Antes de relançar o livro por uma outra editora, passei um mês lá e usei essa experiência para colocar mais detalhes na obra”, comenta Carolina.

As aventuras da personagem principal, a fada Mel, surgiram na imaginação dela aos 16 anos. Quatro anos depois, a história foi publicada e reeditada. “Eu nunca tive uma conexão muito grande com fadas, mas esse livro veio para mim em um sonho e no outro dia eu comecei a escrever.” 

Já Bruna Torres não é escritora, mas é fã da obra de André Vianco. Aos 6 anos, leu Chapeuzinho Vermelho e, alguns anos depois, As aventuras de Robson Crusoé. Conheceu a obra de Vianco por meio de um parente. “Meu primo tinha uns 12 anos e lia a série que começou com Os sete. Ele me falava tanto dela que me interessei e acabei até presenteando amigos com livros do André. Até o meu namorado, que não lia nada, tomou gosto pela leitura. Hoje, conheço o André Vianco pessoalmente e sempre o encontro quando ele vem a Brasília”, completa.

Leitora dedicada, a brasiliense de 25 anos põe Vianco no patamar dos melhores escritores brasileiros. “São livros de excelente qualidade, que merecem leitura. Indico para todas as idades. São cheios de detalhes, personagens e histórias fascinantes”, descreve.

Dragões de Éter no Devorando Books

Resenha de Luan Lobo para o Devorando Books.

Link original aqui.

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Resenha: Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas

Dragões de Éter - Caçadores de BruxasSinopse: Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltam contra as antigas raças. E assim nasce a Era Antiga.
Essa influência e esse temor sobre a humanidade só têm fim quando Primo Branford, o filho de um moleiro, reúne o que são hoje os heróis mais conhecidos do mundo e lidera a histórica e violenta Caçada de Bruxas.
Primo Branford é hoje o Rei de Arzallum, e por 20 anos saboreia, satisfeito, a Paz. Nos últimos anos, entretanto, coisas estranhas começam a acontecer…
Minha Opinião:
Autor
A primeira vez que ouvi falar em Dragões de Éter foi por colegas entusiasmados na escola que só viviam grudados com os livros, daí despertou meu interesse, e eu não me decepcionei. A trama gira em torno de um mundo chamado Nova Ether, nele as divindades são os semideuses que precisam acreditar em sua criação para ela realmente existir. Você pode estar confuso com essa e outras afirmações fantásticas que viram a aparecer, mas isso não chegou a me incomodar de modo nenhum. Fazendo uma pequena comparação a obra do mestre George R.R.Martin (autor de Crônicas de Gelo e Fogo) vemos uma grande diferença. Martin tenta auxiliar a magia de modo que não interfira diretamente ao “plano real”, não sei se compreenderam, mas o que eu tentei de dizer é que Draccon escreve uma estória leve da qual não é preciso se compreender absolutamente tudo para que faça sentido, o autor não perde longos parágrafos a descrever bobagens, muitas coisas estão livre a interpretação de cada leitor.

A escrita de Raphael Draccon é diferente de tudo que já li na minha vida. O livro é narrado em terceira pessoa, mas a sensação que tive é de estar ouvindo crônicas de um velho sábio. A escrita interagiu comigo de tal forma que me senti em uma experiencia tridimensional, em um capitulo o narrador realmente faz com que entramos na estória vendo o cenário, os personagens com os próprios olhos e por um segundo esquecendo que aquilo era apenas uma leitura. Fui como uma criança que se perde na maravilhosa imaginação.

O livro mescla entre alguns contos como Chapeuzinho Vermelho, Capitão Gancho, João e Maria, e a criatividade do autor. Essas estórias sempre me atraíram de certo modo, por que antes de darem fama a alguns escritores e virarem desenhos da Disney, havia um toque sombrio e tenebroso, longe da imaturidade e inocência de uma criança. Chapeuzinho Vermelho por exemplo tem várias versões, algumas até com pedofilia. Mas Draccon dá um toque pessoal aos contos e escreve de forma rápida e leve, a maioria dos capítulos não chega a 7 páginas.

Com certeza há várias inspirações Nerds, e o autor pelo visto deve ter jogado muito RPG na infância. Ainda não citei que os personagens principais são crianças de muita personalidade. Tem muitas cenas divertidas e bobas no livro como brigas entre irmãos.

Não sei muito o que criticar, esse como sendo o primeiro livro do autor me agradou muito, espero que nos próximos livros ele evolua. Ao contrário do que muitos pensam, escrever fantasia é um ramo muito difícil. Principalmente no meio nacional onde não há grande incentivo para autores jovens e criativos.

A edição da Editora Leya está bem feita, só senti um pouco falta de uma descrição mais cuidadosa referente a numeração da trilogia. Os livros estão super acessíveis se comprados pela internet (submarino).

Ler o primeiro livro da Trilogia Dragões de Éter, Caçadores de Bruxas, foi uma experiencia singular que ultrapassou todas as minhas expectativas. Super recomendo!

Espiritos de Gelo no InfoEscola

Resenha de Ana Lucia Santana para o InfoEscola.

Link original aqui.

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Espíritos de Gelo

O leitor não deve esperar encontrar neste livro o universo fantástico que povoa a saga Dragões de Éter. Aqui o autor se dedica a retratar uma história demasiadamente real, narrada na primeira pessoa por um homem que, ao despertar, está preso no interior de uma banheira, desprovido de um rim e totalmente sem memórias.

Nesta trama que envolve sexualidade, medo extremo e uma violência incomum, o protagonista vai aos poucos resgatando suas lembranças em um momento de extrema pressão, pois um trio de roqueiros perversos o torturam até que ele conte tudo que o levou a este contexto dramático. Sob esta compulsão dolorosa ele vai despertando em sua mente flashes dos eventos que principiaram com sua tentativa de se matar e culminaram no ponto em que ele é encontrado por seus carrascos.

A trama flui em capítulos concisos, nos quais as memórias retornam, e em outros momentos destacam-se os diálogos entre o protagonista e os três desconhecidos. Se alguém espera encontrar passagens românticas neste livro, esqueça; elas são raras. O sexo domina tudo, principalmente quando o personagem principal passa a integrar um grupo clandestino que tem como objetivo exercitar ritos sexuais com finalidades espirituais.

Para quem está habituado ao Draccon de Dragões de Éter, esta nova narrativa pode realmente surpreender e escandalizar. Mais que isso, pode provocar uma reação negativa e discriminatória da parte do leitor. Esta atitude preconceituosa envolve a seita, bem como certo ceticismo do protagonista, que às vezes não consegue compreender o que está ocorrendo a sua volta.

O livro foi inicialmente publicado em Portugal, e agora está finalmente sendo lançado no Brasil. Mas quem não está disposto a se perturbar emocionalmente, como eu, não deve se iludir com a produção anterior de Draccon. O que se vê aqui é algo que beira o horror, com alusões também à obra de Dan Brown e até mesmo referências à criação mais recente de Paulo Coelho, Aleph.

Raphael Draccon nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 1981, e sua trajetória profissional teve início quando ele tinha somente 16 anos; nesta ocasião ele atuou como digitador e redator de dois veículos de bairro. Ao completar 19 anos o autor iniciou sua graduação em cinema, especializando-se em escrita cinematográfica.

Ele conquistou, aos 20 anos, uma Menção Honrosa da American Screenwriter Association pela criação de seu primeiro roteiro de longa-metragem – In Your Hands, um drama de natureza sobrenatural -, criado quando ainda estava no primeiro ano da faculdade. Dois anos depois ele escreveu o primeiro volume da saga Dragões de Éter, antes mesmo de se graduar.

Dragões de Éter no Cyanocorax

Resenha de Carlos para o Cyanocorax.

Link original aqui.

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Eu li: Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas

Ca_adores_de_bruxas

Segunda-feira última recebi em casa o box com os três livros da série “Dragões de Éter”, escritos por Raphael Draccon. Há algum tempo tenho interesse em ler esses livros, em virtude disso aproveitei uma promoção do Submarino de um site da internet com nome de uma embarcação que trafega submersa e adquiri as obras. Como fazia certo tempo que não atualizava o blog, vou escrever as resenhas conforme for terminando as leituras. Por hoje, comentarei o primeiro volume: Caçadores de Bruxas.

De pronto posso dizer que Raphael Draccon escreve de forma peculiar. E esse peculiar, longe de ser depreciativo, é elogioso. Ao narrar a história do ponto de vista de um contador, um popular bardo, Raphael interage com o leitor, como se de fato estivesse conversando com ele em uma taberna qualquer. Raphael Draccon escreve de fato muito bem, poucas vezes em um livro de fantasia tive o prazer de ter uma leitura de linguagem tão fluida. Percebe-se um grande domínio de linguagem por parte do autor, bem como de um vocabulário rico. Contudo, esse recurso (interação com o leitor) pode se tornar cansativo em alguns momentos, como de fato se tornou, ao menos pra mim. Claro, isso não tira o mérito da escrita do autor.

Mas vamos ao livro em si. Caçadores tem como cenário um mundo fantástico denominado Nova Ether, isento de divindades, porém com semideuses extremamente presentes no imaginário dos habitantes. Essa presença é reforçada através das fadas, avatares encarnados dessas semidivindades. O território de Nova Ether é dividido em uma variedade de reinos, com personagens reinventados à partir de contos de fadas poupulares e outros criados com grande influência de elementos “nerds” e da cultura pop em geral. Méritos ao autor por conseguir dar credibilidade à esses personagens. As fábulas de Dragões de Éter são críveis, as personagens tem motivações que um ser humano de fato teria. Atitudes outrora ilógicas, como uma criança vagando por uma floresta desacompanhada (a criança, não a floresta) e velhas solitárias no meio do mato ganham ares muito mais razoáveis no livro.

Em resumo, eu gostei do livro de Raphael Draccon. A narrativa diferente, aliada à boa ambientação dos cenários e das histórias faz desse primeiro livro da série bastante interessante. Fico feliz por autores brasileiros estarem aos poucos conseguindo publicar livros nesse setor de fantasia.