Conto “Lembranças de Tormenta” (Download)

Em um post anterior comentei sobre uma ligação adolescente com o cenário de Tormenta. Também comentei que naquele tempo havia escrito o primeiro conto da Lista Tormenta, que J.M. Trevisan, um dos autores originais do cenário, pensou em reescrever e assinar como co-parceria.

O tempo passou, e acabou que, quase dez anos depois, reescrevi eu mesmo o conto, e estou disponibilizando aqui para download para aqueles que gostem do cenário, ou sintam curiosidade.

No conto, acompanhamos um personagem que eu nunca gostei, Arkam Braço-Metálico, líder do Protetorado do Reino, uma “tropa de elite” do Reinado de Tormenta, que, por sinal, eu também nunca simpatizei com nenhum dos personagens integrantes, por considerá-los muito presos aos arquétipos do RPG (e aos clichês desses arquétipos), sem exatamente um diferencial que lhes evidenciasse carisma maior.

Arkam Braço-Metálico, para mim, sempre foi apenas um cara mal-humorado, com… um braço metálico. Há uma tentativa de tentar diferenciá-lo pela idéia de todo orc do mundo achar que fora ele quem matou um de seus “parentes” (afinal, todos os orcs parecem de uma única família mesmo…), mas isso se torna apenas uma curiosidade divertida sobre o personagem.

A par disso, ele ainda é apenas um cara com cara de mau e… um braço metálico.

“E por que diabos então você escreveu um conto com ele?” – o narrador de “Dragões de Éter” poderia até perguntar.

E eu responderia: “exatamente por isso”. Afinal, o grande desafio de um “fanfiction” está exatamente em escrever uma história que seu autor goste, mas envolvendo personagens que antes não lhe eram simpáticos, mas que diante de uma outra abordagem, acabam por se tornar.

Para quem nunca ouviu falar, “Tormenta” conta a história de Arton, um mundo de éter high fantasy, que, de repente, é assombrada pela Tormenta, uma tempestade rubra com demônios e partes de um plano inferior que desafiam a sanidade, e destrói a nação de Tamu-ra, espécie de “Japão artoniano”, e parece aos poucos se preparar para avançar pelo resto do continente, além das áreas já tomadas que recebem o nome de “Áreas de Tormenta”.

Em “Lembranças de Tormenta”, o engomadinho líder do Protetorado do Reinado, Arkam Braço-Metálico, precisa da ajuda de um antigo líder aposentado da instituição, que mais parece um sobrevivente carrancudo da nossa II Guerra Mundial, e vai até a cidade de Gorendill tentar convencê-lo.

Mas o embate de ideologia dos dois vai longe, tocando em diálogos afiados que debatem questões obscuras envolvendo o poderoso Imperador-rei Thormy, e até mesmo piadas com o nome de um famoso asilo da DC Comics. Fora que Dredd Murdock diz para o personagem de Arkam tudo o que eu gostaria de dizer se tivesse oportunidade…

Enjoy.

Lembranças de Tormenta – Raphael Draccon – Word (55k)

Lembranças de Tormenta – Raphael Draccon – PDF (42k)

Anno Domini – Dia 19/07

 

“Dragões de Éter” & “Tormenta RPG”

Recentemente me enviaram um comentário de mais um leitor, dessa vez o Igor Faria, colhido na web.

Achei bem interessante porque ele dá sua opinião sobre “Dragões de Éter”, mas também sobre o romance “O Crânio e o Corvo”, do cenário de RPG nacional “Tormenta”.

Acompanhem a opinião primeiro, que depois explico meu interesse particular:

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Igor: 

Eduardo, vc pode se assustar, mas é MUITO grande o número de pessoas que preferem o Hobbit à trilogia SdA… Acho que deve ser pela leitura ser mais dinâmica (num nível Tolkien de ser, claro)… Se me deixarem, recomendo outros livros tb: O Inimigo do Mundo e O Crânio e o Corvo, do Leonel Caldela. É uma trilogia (o terceiro ainda não saiu) ambientada no mundo de TORMENTA (sim, aquele daquela revista famosa)… No segundo livro, principalmente, tem uma narrativa de uma guerra. Não chega à ser épica, mas já é alguma coisa. E como vc perde muitas referências legais se não ler o primeiro antes, recomendei os dois.

Tem também o recente Dragões de Éter, do Raphael Dracon. O que eu mais gostei do livro foi a narrativa, que se dá de forma a parecer que o narrador é um bardo que está contando uma história ao redor de uma fogueira. Adicione à isso elementos de um mundo de fantasias e uma re-leitura de contos de fadas como Chapeuzinho Vermelho, João e Maria, Branca de Neve e os Sete Anões, entre outros, e vc tem um livro MUITO bom e divertido. A intenção do Raphael é também lançar uma trilogia, mas ele está à mercê da editora para que ela aprove os outros livros.

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       (o que esse dois livros têm em comum? continue e descubra…)

 

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O que me chama atenção nesse comentário, além, claro, de mais uma boa opinião sobre a obra, é que tenho uma ligação forte com o cenário de Arton, onde se passa Tormenta. Não é à toa que em “Dragões de Éter: Caçadores de Bruxas”, o narrador da história faz uma referência ao príncipe Mitkov, do cenário artoniano.

Quando adolescente fui um dos Coordenadores da Lista de Discussão & Desenvolvimento de Tormenta (um nome que me lembra a piada com o nome da S.H.I.E.L.D. no filmaço do Homem de Ferro…). Na época, era responsável, dentre outras funções, ajudar, se não me engano dentre quase mil membros (é, a lista era “frenética”), aqueles que quisessem mestrar “Play by E-mails” (PbEMs), ou seja, RPG pela internet.

Sei que a idéia parece esquisita à princípio, mas é uma experiência incrível. Mestrei por um ano o primeiro PbEM de Tormenta com início, meio e fim, que durou exato um ano inteiro.

Escrevi os primeiros contos da Lista no cenário, o “Lembranças de Tormenta” e “Recrudescência”, com um comandante do Protetorado aposentado. J.M. Trevisan, um dos autores originais do cenário e até hoje meu contista preferido, pensou na época em reescrever o conto e assinar como co-parceira, mas quem acompanhava Tormenta sabia que Trevisan era conhecido por ter várias boas idéias, mas realizar metade delas (na verdade, quem de nós não é assim, não é verdade?).

Hoje em dia penso, sinceramente, em eu mesmo reescrever os contos e postá-los aqui para download como uma homenagem ao

Mesas-Redondas na Livraria Cultura

Não estarei em São Paulo, nem tenho nada a ver com o evento que estou divulgando aqui neste post, mas admito que se estivesse não o perderia com certeza, nesse dia 14 de junho (aliás, véspera de meu aniversário) na Livraria Cultura.

Logo, para nossos paulistanos, amantes de literatura fantástica, é uma oportunidade boa de ver um time tão bem formado para uma mesa-redonda, quanto o reunido:

Orlando Paes é criador de “Angus”, talvez a obra de fantasia nacional mais vendida até hoje. Cláudia Villa é um escritor dedicado que sua a camisa pela divulgação do seu livro e da literatura fantástica. Sílvio Alexandre é o organizador do Fantasticon, o maior evento sobre o assunto no país (e que esse ano estarei presente, junto com Vianco). Só esses três já formariam um debate rico. Com convidados de editoras como a Conrad, a Aleph e a Tarja, que se especializam a cada dia no setor, essa qualidade só tende a aumentar.

Na verdade, o elogio sobre os convidados se expande até mesmo para a mesa envolvendo o tema de literatura de terror; mesa que também assistiria se estivesse na capital, pelos mesmos motivos citados na outro parágrafo. Só feras reunidas:

André Vianco nem preciso comentar, pois já foi feito. J. Modesto é um dos escritores modernos com o principal para um escritor de nova geração: estilo próprio. Martha Argel já é uma das damas da literatura de terror nacional, e Giulia Moon talvez seja a escritora de terror nacional mais completa atualmente. Liz Marins é filho do mestre Zé do Caixão, é atriz, escritora e cineasta, e a criadora da clássica personagem “Liz Vamp”. Admito que ainda só não conheço o trabalho de Alexandre Heredia, mas vou fazê-lo assim que surgir oportunidade.

Dois debates; duas boas dicas.

Desejo um bom debate aos amigos escritores presentes, e um grande evento para nosso querido público.