Dragões de Éter no “Canto da Lilo”

Resenha de Lívia Lorena para o Canto da Lilo.

Link original aqui.

Enjoy.

***

Resenha – Dragões de Eter – Raphael Draccon



Autor: Raphael Draccon
Páginas: 440
Editora: Leya
Segunda Edição
Ano: 2010
Sinopse – Dragões de Éter: Caçadores de Bruxas – VOLUME 1 – Raphael Draccon
Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltam contra as antigas raças. E assim nasce a Era Antiga. Essa influência e esse temor sobre a humanidade só têm fim quando Primo Branford, o filho de um moleiro, reúne o que são hoje os heróis mais conhecidos do mundo e lidera a histórica e violenta Caçada de Bruxas. Primo Branford é hoje o Rei de Arzallum, e por 20 anos saboreia, satisfeito, a Paz. Nos últimos anos, entretanto, coisas estranhas começam a acontecer… Uma menina vê a própria avó ser devorada por um lobo marcado com magia negra. Dois irmãos comem estilhaços de vidro como se fossem passas silvestres e bebem água barrenta como se fosse suco, envolvidos pela magia escura de uma antiga bruxa canibal. O navio do mercenário mais sanguinário do mundo, o mesmo que acreditavam já estar morto e esquecido, retorna dos mares com um obscuro e ainda pior sucessor. E duas sociedades criminosas entram em guerra, dando início a uma intriga que irá mexer em profundos e tristes mistérios da família real. E mudará o mundo.

Opinião:

Fantástico. Literalmente. Antes de mergulhar de cabeça no mercado literário eu confesso que nunca tinha lida nada sobre Rafhael Draccon e seus livros, no entanto, logo que comecei a adentrar no ramo, seu nome foi citado como sendo um dos novos autores que vinham se destacando. Aos poucos fui me familiarizando com o seu trabalho e não demorou para eu sentir uma imensa vontade de conferir uma de suas obras e de quebra aprender um pouco mais sobre fantasia.  Eis que eu ganhei o livro Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas,  já na terceira edição, de Natal e devido a fila de livros não lidos o deixei de lado. Tudo mudou quando curiosa, resolvi dar umas folheadas e foi então que eu não consegui mais largá-lo. Rafhael encontrou uma nova maneira de nos apresentar personagens muito conhecidos e eu confesso que quando li o capítulo um do livro, fiquei fascinada com a apresentação da primeira personagem fantástica e as razões que a transformaram numa lenda, e a cada página virada era uma nova surpresa.  Não, não vou dizer que tudo é original, pois assim como uma fórmula clássica de livros épicos, temos algumas coisas que justamente fazem jus ao gênero fantasia, mas nada deixa a desejar, mesmo o livro sendo gigantão. As personagens são cativantes, as histórias paralelas à principal são bem construídas e tudo nos faz chegar num desfecho único e interessante, onde todos os mistérios são solucionados. Aliais isso pra mim é uma das coisas mais legais do livro, já que as pontas são todas amarradas e dão ao leitor a sensação de que de fato um ciclo se fechou, mesmo ainda restando dois livros da série(Corações de Neve e Círculos de Chuva). Falando das histórias, acho que a única que não me cativou muito, foi a do pirata Jamil Coração de Crocodilo e a do gatuno Snail, as demais, todas me fizeram viajar por Andreanne. Parabéns ao autor por narrar o livro como um bardo, que a tudo presenciou e que de forma dinâmica, mesmo sendo cheia de detalhes, não cansa o leitor. A ideia de uma história assim, onde o narrador conta e conversa com quem está lendo, me pareceu apropriada e não vejo o livro escrito de outra forma.  Tendo mais dois livros para ler só espero profundamente que haja alguma ligação bem grande com os acontecimentos de Caçadores de Bruxas e que algumas personagens dessa primeira história estejam nas duas sequências.

Ah! O livro em si é todo bonitão e isso é crédito da Leya.
No mais, deu pra perceber as razões do sucesso do autor, que agora terá seus livros publicados também em língua espanhola.  Sucesso Rafhael! Graças a sua história, agora eu sei as razões por trás de muitos contos de fadas.
Espero que você tenha gostado.
Beijos e até a próxima!

Dragões de Éter no “Estórias de Carter”

Resenha de Jéssica Almeida para o “Estórias de Carter”.

Link original aqui.

Enjoy.

***

SET

Sugestão de Leitura: Dragões de Éter – de Raphael Draccon

O título de um livro pode dizer muito de uma obra. E ao mesmo tempo pode dizer nada. É o que acontece com o primeiro volume da triologia de Dragões de Éter escrita pelo brasileiro (sim, você não leu errado) Raphael Draccon.

Quando você encara o livro pela primeira vez, acredita que está diante de alguma história que contenha batalhas épicas envolvendo heróis, dragões e, possivelmente, princesas indefesas e bruxas malvadas. Porém, devo dizer que Dragões de Éter é muito mais do que o título possa dar a entender. As batalhas épicas existem, assim como os heróis. Temos algumas princesas também, mas elas não são tão indefesas assim. E as bruxas, bem, você pode ter muita raiva delas no começo, mas aprenderá que nem toda magia é negra. E que bem toda bruxa é má.

Com capitulos curtos, Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas tem um erredo sensacional que prende o leitor do inicio ao fim, fazendo releituras mais sombrias de alguns contos de fadas bem conhecidos por nós sem perder a originalidade.

Você não consegue encontrar um personagem principal, porque de alguma maneira, todos eles são importantissimos para a história que se desenrola e estão interligados. E assim como há dificuldade para se encontrar um protagonista, há também aquela dificuldade para se encontrar um personagem favorito, porque, sinceramente, seria egoísta demais se apaixonar por apenas um.

Venha ver como as histórias de Ariane Narin, João e Maria Hanson e Axel Brandford se cruzam com as de tantas outras pessoas no reino de Arzalum. Mas esteja com a mente bem aberta e preste atenção nos detalhes. Por que em narrativas como a de Draccon, a diferença entre uma virgula e um ponto final pode mudar o mundo.

Particularmente, eu me tornei grande fã da saga, mesmo sem ter termiando de ler o segundo livro e faço questão de indicar o livro para todos aqueles que gostam de uma boa aventura aliada a um pouco de mistério e uma dose certa, sutil, de romance.

Sequência: Caçadores de Bruxas é seguido dos volumes Corações de Neve e Circulos de Chuva, respectivamente.

“Dragões de Éter” no 15, Yemen Rode, Yemen

Resenha de Renata Aielo para o “15, Yemen Rode, Yemen”.

Link original aqui.

Enjoy.

***

Dragões de Éter – Raphael Draccon

“A aposta da Leya no romancista Raphael Draccon começou em novembro de 2009. Entre os primeiros livros lançados pela editora no Brasil, publicamos o segundo volume da trilogia do autor: Dragões de Éter: Corações de Neve. Ao lançar o primeiro e o terceiro volume da coleção, os leitores poderão acompanhar, do início ao fim, a leitura desta aventura fantástica criada por Draccon. Com diversas referências contemporâneas, que vão de séries como Final Fantasy e contos de fada sombrios a bandas de rock como Limp Bizkit e Nirvana, A série Dragões de Éter constrói uma trama em que romances, guerras, intrigas, diálogos filosóficos, fantasia e sonhos juvenis se entrelaçam para construir uma jornada épica de profundidade espiritual.”

Sinceramente, esse livro deveria dispensar apresentações.
Imaginem um mundo mágico, com uma mitologia toda diferente das que conhecemos (parcialmente, ao menos) em que personagens de Contos de Fadas vivem. Imaginou? Bem, é exatamente assim o mundo fantástico que Raphael Draccon lançou.
Pra começar, o autor brasileiro (pois é gente, bra-si-lei-ro) merece TODOS os méritos do mundo por ter trazido, junto com a sua editora LeYa, as Crônicas de Gelo e Fogo, de George Martin, pro Brasil. Assim sendo, obrigada Draccon por fazer a minha vida melhor. Ao quadrado.
Bem, você pode estar pensando que com essa história toda de Contos de Fadas a narrativa pode ficar meio maluca. Pois é, é o que eu penso sobre essa trilogia até hoje. São os livros mais malucamente (e isso é um adjetivo que nem ao menos existe na língua culta) maravilhosos que eu já li.
A narrativa gira em torno – pelo menos inicialmente – de Ariane Narin ( aquela menina do capuz vermelho, sabe?), João e Maria Hanson (os irmãos marcados pelo episódio da Casa de Doces) e a família Real Branford, a família regente de Arzallum.
A partir daí, Draccon pega vários  personagens já conhecidos nossos junto com alguns novos e joga em uma guerra contra bruxas, piratas e facções de bandidos. Pois é gente, doido assim.
Sem falar do jeito como ele narra o livro. Draccon se passa por um desses bardos antigos de tabernas em que se você paga um copo de cerveja pro sujeito, ele conta uma história.
A genialidade do autor é tanta, mas tanta, que consegue te deixar abismado e quando você vê está no fim do livro. Dos três. E depois está chorando porque quer mais.
Eu, particularmente, prefiro os dois primeiros. Acho que se você é menina, assim como eu, vai ter a mesma opinião. Mas não que isso impeça a narrativa do livro.
Enfim, Raphael Draccon virou meu autor brasileiro favorito.

Triplobooks

Video-resenha bem completa de Mariana Medeiros para o Triplobooks. Interessante que ela faz um vídeo comentando com detalhes TODOS os meus livros já lançados até aqui.

Quem quiser conferir, só clicar abaixo.

Enjoy!

“Fios de Prata – Reconstruindo Sandman” no Bunny Books

Resenha interessante da blogueira Priscila Boltão sobre “Fios de Prata – Reconstruindo Sandman”, concentrada não no livro em si, mas nas sensações sentidas por ela antes e durante a leitura.

Link original aqui.

Enjoy.

***

Capa Fios de Prata

Fios de Prata – Raphael Draccon
Ano: 2012
Editora: Leya
Páginas: 352
Avaliação:
Mikael Santiago realizou o sonho de milhares de garotos. Aos 22 anos era o jogador brasileiro com o passe mais caro da história do futebol. Mas à noite os sonhos o amendrontavam. Às vezes, o que está por trás de um simples sonho – ou pesadelo – é muito maior que um desejo inconsciente. Há séculos, Madelein, atual madrinha das nove filhas de Zeus, tornou-se senhora de um condado no Sonhar, responsável por estimular os sonhos despertos dos mortais. Uma jogada ambiciosa que acaba por iniciar uma guerra épica envolvendo os três deuses Morpheus, Phantasos e Phobetor, traz desordem a todo o planeta Terra e ameaça os fios de prata de mais de sete bilhões de sonhadores terrestres. Envolvido em meio a sonhos lúcidos e viagens astrais perigosas, a busca de Mikael pelo espírito da mulher amada, entretanto, torna-se peça fundamental em meio a uma guerra onírica. E coloca a prova sua promessa de ir até o inferno por sua amada..
Gente, eu protelei essa resenha como fiz com ACedE pela mesma razão: o livro é bom demais para ser resenhado. E assim como com ACedE, a gente TEM que resenhar, porque como diria o Green (em ACedE mesmo), tem esses livros que a gente lê que nos preenchem de uma alegria religiosa e a gente passa a acreditar que o mundo só será inteiro de novo depois que todos no mundo tiverem lido o livro. É meio que meu caso com fios de prata.
(Na verdade, meu caso tá na segunda parte desse trecho de ACedE, quando ele diz que tem livros que são tão especiais pra gente que a gente nunca consegue dividir com as pessoas, porque são parte de quem somos… mas acho que é um egoísmo meu não falar de livros assim, quero dizer, eu já faço isso com Harry Potter).
Enfim, fios de prata. Tô enrolando porque não sei o que falar.
Vejam bem, eu nunca fui muito de autores nacionais. De verdade. Eu lia muitos quando era criança (Ruth Rocha, Ana Maria Machado e depois Pedro Bandeira por um tempão) e li Paulo Coelho (podem vir os haters, li mesmo) e um tempinho atrás li Augusto Cury, que é muito bom, mas não diria fantástico (Ele é brilhante, mas não gosto muito da escrita dele). Ah, li também autores espíritas.
Mas assim, esses autores mais “modernos”, Vianco, Draccon, Spohr, Munhoz (a feminista aqui dentro grita ao ver só uma mulher na lista) eu protelava pra “um dia”. Acabei lendo uns 3 do Vianco, gostei, mas empaquei com Sétimo e ele tá lá pegando pó.
Engraçado que escrevendo agora eu lembro de outros que li (Martha Argel por exemplo) mas aí é que tá, eu li. E não gravei na minha mente a coisa do OMG QUE AUTOR(A) MARAVILHOSO(A). Como acontece com Rowling e Green. E apesar de tais autores serem ÓTIMOS (falo até dos que não li porque acredito na fama deles) eu confesso, rolava preconceito. Que nem com cinema nacional, sabe? Quando te dizem “nacional” você meio que torce o nariz e pensa o que pode sair de bom do bananão.
Tá, você que tá lendo eu não sei, mas eu sei que fui, durante muito tempo, elitista e anti-nacionalista. Isso é uma questão mais política que literária, mas influi diretamente nas leituras, como vocês percebem. Mas isso vira assunto pra outro post (que pode vir a se chamar “Porque li crepúsculo quando podia estar lendo dragões de éter – preconceitos).
Eis que um dia minha amiga Kemy vem bem louca “Pri o Raphael Draccon vem pra Curitiba!” e eu “Raphael who?” (no kidding, eu não liguei nome a pessoa) e ela me lembrou dos dragões de éter.
Pausa. Vocês devem estar pensando “Bunny, você tá falando que odeia literatura nacional e nem conhecia o Raphael Draccon? WTF?”
Calma. Eu odiaVA e não conheCIA, tudo no passado.
Porque GENTE.
A coisa é que pensei, depois de começar o blog, que eu mesma quero escrever. E não quero que as pessoas me julguem só porque sou brasileira. E por isso, tinha que aprender a conhecer os autores brasileiros.
Comprei Fios de Prata – no preço base salgadinho mesmo, porque não daria tempo de pedir online e esperar entregar. Vocês devem ter notado, tenho um fraco por autógrafos. Pego mesmo de autores que não li porque, se eu ler e gostar um dia, eu quero ter autografado (traumas de ter perdido a Lauren Kate em Curitiba).
E fui. Fui com Kemy pra Cultura ver quem era o tal Draccon.
Gente.
Em uma hora, mais ou menos, falando, o cara subiu trocentas posições no meu ranking de autores lindos amados. Fiquei RETARDADA na hora de tirar foto. Nem postei sobre o que ele falou naquele dia (e foi interessante!) porque eu fiquei meio retardada demais pra organizar as idéias pra postar (como fiz com Tahereh). Sei que peguei autógrafo, tirei foto e fiquei toda boba com meu livro novo.
A gente sempre corre um risco nessas horas, quando cria uma expectativa, porque o cara podia ser genial mas não bom autor, ou a história podia não me conquistar…. preocupação a toa. Com fios de prata, cada uma das minhas expectativas foi superada.
Aqui começa o porque essa resenha é difícil.
O Draccon tem uma escrita de dar inveja em uma pobre aspirante como eu. Ou em qualquer escritor famoso. Desde a primeira página do prefácio, você está fisgado. Não estou brincando nem exagerando quando digo, as frases de efeito do texto não eram só boas. Elas me davam arrepios. É impressionante, mas pouquíssimos livros que já li me dão essa experiência: cada palavra você sente o frio na espinha, aquela empolgação e adrenalina e um pouco de medo pelo que vai acontecer, e você já não vê as palavras tão bem montadas, você as sente, você vê o cenário.
“Sete bilhões de fios de prata.”
Sério, dá arrepio até de repetir e lembrar.
Tão vendo a dificuldade? Essa é uma sensação que não pode exatamente ser descrita. Assim como os soluços em ACedE e as noites sem dormir de HP, são coisas que não dá pra simplesmente colocar em palavras.
(Ironia das ironias, é que essa sensação indescritível vem das próprias palavras.)
É uma coisa tão forte que demorei a me dar conta, e só percebi que não tinha mais como escapar do envolvimento com o livro quando Ariana – a “mocinha” do livro, embora essa palavra não chegue aos pés de Ariana Rochemback – fazia sua apresentação de solo e Alejo – o mocinho, mas taí outra palavra que não procede para o maior sonhador de todos os tempos – se apaixonava perdidamente. Porque nessa sequencia toda, eu simplesmente tremia de empolgação pelos dois, sentia aqueles arrepios, sorria feito uma idiota e confesso que mal me lembro onde estava ou o que fazia. Só existia o livro.
Aliás, o livro não existia: existiam Ariana e Alejo.
A construção do livro é extremamente minuciosa. As mudanças de ponto de vista, que no começo me deixaram apreensiva, logo se tornam naturais. Até a construção do texto, os pronomes – Alejo, Mikael, Beliel, o Guerreiro, O Santo – tudo faz a leitura fluir de um jeito que você se molda as palavras e nem percebe. O tipo do livro que faz você desligar o mundo a sua volta.
Não vou mentir: é um livro difícil. Os planos de guerra engendrados nos Reinos do Sonhar me deram um nó nas idéias algumas vezes. Levei um mês pra terminar aquelas 350 páginas. Mas eu sou ocupada, e tudo, e cada minuto acordada parecia insuficiente para o livro. Só o que eu pensava o tempo todo era “meu deus, preciso terminar aquele capítulo!”.
E também, se fosse um livro “fácil” eu não estaria elogiando loucamente.
A história, muito bem contada, me deixou aflita, arrancando os cabelos, sem folego, que é tudo o que se espera de um bom livro (um ótimo nesse caso). Tive que me conter 90% do tempo pra não ir lá no twitter do Draccon e esbravejar “COMO ASSIM? COMO VOCÊ FAZ UMA COISA DESSA?” ou “ME DIGA QUE VAI FICAR TUDO BEM PELAMOR!” ou “OMG MY FEELS SDJFLKSJDLKFJSALDKJ” (tumblr users get it). Tudo em Caps mesmo. Tava descontrolada.
Mas o que quero dizer é: valeu cada segundo. Porque o final – coisa mais LINDA – respondeu cada mistério, cada linha que parecia perdida, cada palavra dita ao acaso. Muitas coisas NÃO foram ditas, e ainda assim explicadas (tô esperando até agora alguém me perguntar da velhinha do começo pra eu explicar.). E me arrancou muitas lágrimas e sorrisos. Eu ria e soluçava sem saber bem qual dos dois fazer primeiro. Quando cheguei na última página, minha vontade foi de nunca fechar aquele livro e devolver à estante, só continuar ali, admirando aquelas palavras finais.
Enfim. Eu não sei mais o que dizer além de “leiam pelamordedeus” pra que vocês entendam o que quero dizer. Quem curtiu Dragões de Éter vai amar. Quem curtiu Senhor dos Anéis e/ou Harry Potter vai amar (rola uma discussão sobre isso no livro inclusive). Quem curtiu Sandmann vai amar.
Percebam que não contei quase nada da história. É difícil contar sem spoilers. Mas basta que vocês saibam que é sobre sonhos, dos que dormem e dos despertos, almas, deuses ambiciosos e amor. Amor, muito, que é o que move os sonhos. Na vida real e no livro. E merece a leitura, mesmo que você leve 2013 todo pra ler, ou um mês como eu, ou menos tempo, mas faça um esforço e LEIA. Porque garanto que quando chegar no final, você não vai se arrepender. Você vai dizer “Putz, a Bunny tinha razão, minhas emoções estão em caquinhos e estou adorando.”
Ouso dizer que o Gaiman himself aprovaria totalmente essa reconstrução de Sandmann. Sem sombra de dúvida. Porque com certeza, no bosque onde crescem as árvores dos autores, a do Draccon tá ali do ladinho da do Gaiman, dando frutos pra caramba. (Referência, Bunny? Sim, leiam o livro!). Meu único arrependimento é não ter lido os livros dele antes.
Enfim. Depois desse livro fiquei completamente inspirada e cheia de livros nacionais de repente.
Em resumo? Perfeito. Só isso. E inspirador.
Só tenho a agradecer ao Draccon por ter escrito Fios de Prata.
Parei a rasgação de seda. O próximo post será no natal, com uma boa nova ;)

Fios de Prata – Raphael Draccon

Ano: 2012

Editora: Leya

Páginas: 352

Avaliação:

Mikael Santiago realizou o sonho de milhares de garotos. Aos 22 anos era o jogador brasileiro com o passe mais caro da história do futebol. Mas à noite os sonhos o amendrontavam. Às vezes, o que está por trás de um simples sonho – ou pesadelo – é muito maior que um desejo inconsciente. Há séculos, Madelein, atual madrinha das nove filhas de Zeus, tornou-se senhora de um condado no Sonhar, responsável por estimular os sonhos despertos dos mortais. Uma jogada ambiciosa que acaba por iniciar uma guerra épica envolvendo os três deuses Morpheus, Phantasos e Phobetor, traz desordem a todo o planeta Terra e ameaça os fios de prata de mais de sete bilhões de sonhadores terrestres. Envolvido em meio a sonhos lúcidos e viagens astrais perigosas, a busca de Mikael pelo espírito da mulher amada, entretanto, torna-se peça fundamental em meio a uma guerra onírica. E coloca a prova sua promessa de ir até o inferno por sua amada..

Gente, eu protelei essa resenha como fiz com ACedE pela mesma razão: o livro é bom demais para ser resenhado. E assim como com ACedE, a gente TEM que resenhar, porque como diria o Green (em ACedE mesmo), tem esses livros que a gente lê que nos preenchem de uma alegria religiosa e a gente passa a acreditar que o mundo só será inteiro de novo depois que todos no mundo tiverem lido o livro. É meio que meu caso com fios de prata.

(Na verdade, meu caso tá na segunda parte desse trecho de ACedE, quando ele diz que tem livros que são tão especiais pra gente que a gente nunca consegue dividir com as pessoas, porque são parte de quem somos… mas acho que é um egoísmo meu não falar de livros assim, quero dizer, eu já faço isso com Harry Potter).

Enfim, fios de prata. Tô enrolando porque não sei o que falar.

Vejam bem, eu nunca fui muito de autores nacionais. De verdade. Eu lia muitos quando era criança (Ruth Rocha, Ana Maria Machado e depois Pedro Bandeira por um tempão) e li Paulo Coelho (podem vir os haters, li mesmo) e um tempinho atrás li Augusto Cury, que é muito bom, mas não diria fantástico (Ele é brilhante, mas não gosto muito da escrita dele). Ah, li também autores espíritas.

Mas assim, esses autores mais “modernos”, Vianco, Draccon, Spohr, Munhoz (a feminista aqui dentro grita ao ver só uma mulher na lista) eu protelava pra “um dia”. Acabei lendo uns 3 do Vianco, gostei, mas empaquei com Sétimo e ele tá lá pegando pó.

Engraçado que escrevendo agora eu lembro de outros que li (Martha Argel por exemplo) mas aí é que tá, eu li. E não gravei na minha mente a coisa do OMG QUE AUTOR(A) MARAVILHOSO(A). Como acontece com Rowling e Green. E apesar de tais autores serem ÓTIMOS (falo até dos que não li porque acredito na fama deles) eu confesso, rolava preconceito. Que nem com cinema nacional, sabe? Quando te dizem “nacional” você meio que torce o nariz e pensa o que pode sair de bom do bananão.

Tá, você que tá lendo eu não sei, mas eu sei que fui, durante muito tempo, elitista e anti-nacionalista. Isso é uma questão mais política que literária, mas influi diretamente nas leituras, como vocês percebem. Mas isso vira assunto pra outro post (que pode vir a se chamar “Porque li crepúsculo quando podia estar lendo dragões de éter – preconceitos).

Eis que um dia minha amiga Kemy vem bem louca “Pri o Raphael Draccon vem pra Curitiba!” e eu “Raphael who?” (no kidding, eu não liguei nome a pessoa) e ela me lembrou dos dragões de éter.

Pausa. Vocês devem estar pensando “Bunny, você tá falando que odeia literatura nacional e nem conhecia o Raphael Draccon? WTF?”

Calma. Eu odiaVA e não conheCIA, tudo no passado.

Porque GENTE.

A coisa é que pensei, depois de começar o blog, que eu mesma quero escrever. E não quero que as pessoas me julguem só porque sou brasileira. E por isso, tinha que aprender a conhecer os autores brasileiros.

Comprei Fios de Prata – no preço base salgadinho mesmo, porque não daria tempo de pedir online e esperar entregar. Vocês devem ter notado, tenho um fraco por autógrafos. Pego mesmo de autores que não li porque, se eu ler e gostar um dia, eu quero ter autografado (traumas de ter perdido a Lauren Kate em Curitiba).

E fui. Fui com Kemy pra Cultura ver quem era o tal Draccon.

Gente.

Em uma hora, mais ou menos, falando, o cara subiu trocentas posições no meu ranking de autores lindos amados. Fiquei RETARDADA na hora de tirar foto. Nem postei sobre o que ele falou naquele dia (e foi interessante!) porque eu fiquei meio retardada demais pra organizar as idéias pra postar (como fiz com Tahereh). Sei que peguei autógrafo, tirei foto e fiquei toda boba com meu livro novo.

A gente sempre corre um risco nessas horas, quando cria uma expectativa, porque o cara podia ser genial mas não bom autor, ou a história podia não me conquistar…. preocupação a toa. Com fios de prata, cada uma das minhas expectativas foi superada.

Aqui começa o porque essa resenha é difícil.

O Draccon tem uma escrita de dar inveja em uma pobre aspirante como eu. Ou em qualquer escritor famoso. Desde a primeira página do prefácio, você está fisgado. Não estou brincando nem exagerando quando digo, as frases de efeito do texto não eram só boas. Elas me davam arrepios. É impressionante, mas pouquíssimos livros que já li me dão essa experiência: cada palavra você sente o frio na espinha, aquela empolgação e adrenalina e um pouco de medo pelo que vai acontecer, e você já não vê as palavras tão bem montadas, você as sente, você vê o cenário.

“Sete bilhões de fios de prata.”

Sério, dá arrepio até de repetir e lembrar.

Tão vendo a dificuldade? Essa é uma sensação que não pode exatamente ser descrita. Assim como os soluços em ACedE e as noites sem dormir de HP, são coisas que não dá pra simplesmente colocar em palavras.

(Ironia das ironias, é que essa sensação indescritível vem das próprias palavras.)

É uma coisa tão forte que demorei a me dar conta, e só percebi que não tinha mais como escapar do envolvimento com o livro quando Ariana – a “mocinha” do livro, embora essa palavra não chegue aos pés de Ariana Rochemback – fazia sua apresentação de solo e Alejo – o mocinho, mas taí outra palavra que não procede para o maior sonhador de todos os tempos – se apaixonava perdidamente. Porque nessa sequencia toda, eu simplesmente tremia de empolgação pelos dois, sentia aqueles arrepios, sorria feito uma idiota e confesso que mal me lembro onde estava ou o que fazia. Só existia o livro.

Aliás, o livro não existia: existiam Ariana e Alejo.

A construção do livro é extremamente minuciosa. As mudanças de ponto de vista, que no começo me deixaram apreensiva, logo se tornam naturais. Até a construção do texto, os pronomes – Alejo, Mikael, Beliel, o Guerreiro, O Santo – tudo faz a leitura fluir de um jeito que você se molda as palavras e nem percebe. O tipo do livro que faz você desligar o mundo a sua volta.

Não vou mentir: é um livro difícil. Os planos de guerra engendrados nos Reinos do Sonhar me deram um nó nas idéias algumas vezes. Levei um mês pra terminar aquelas 350 páginas. Mas eu sou ocupada, e tudo, e cada minuto acordada parecia insuficiente para o livro. Só o que eu pensava o tempo todo era “meu deus, preciso terminar aquele capítulo!”.

E também, se fosse um livro “fácil” eu não estaria elogiando loucamente.

A história, muito bem contada, me deixou aflita, arrancando os cabelos, sem folego, que é tudo o que se espera de um bom livro (um ótimo nesse caso). Tive que me conter 90% do tempo pra não ir lá no twitter do Draccon e esbravejar “COMO ASSIM? COMO VOCÊ FAZ UMA COISA DESSA?” ou “ME DIGA QUE VAI FICAR TUDO BEM PELAMOR!” ou “OMG MY FEELS SDJFLKSJDLKFJSALDKJ” (tumblr users get it). Tudo em Caps mesmo. Tava descontrolada.

Mas o que quero dizer é: valeu cada segundo. Porque o final – coisa mais LINDA – respondeu cada mistério, cada linha que parecia perdida, cada palavra dita ao acaso. Muitas coisas NÃO foram ditas, e ainda assim explicadas (tô esperando até agora alguém me perguntar da velhinha do começo pra eu explicar.). E me arrancou muitas lágrimas e sorrisos. Eu ria e soluçava sem saber bem qual dos dois fazer primeiro. Quando cheguei na última página, minha vontade foi de nunca fechar aquele livro e devolver à estante, só continuar ali, admirando aquelas palavras finais.

Enfim. Eu não sei mais o que dizer além de “leiam pelamordedeus” pra que vocês entendam o que quero dizer. Quem curtiu Dragões de Éter vai amar. Quem curtiu Senhor dos Anéis e/ou Harry Potter vai amar (rola uma discussão sobre isso no livro inclusive). Quem curtiu Sandmann vai amar.

Percebam que não contei quase nada da história. É difícil contar sem spoilers. Mas basta que vocês saibam que é sobre sonhos, dos que dormem e dos despertos, almas, deuses ambiciosos e amor. Amor, muito, que é o que move os sonhos. Na vida real e no livro. E merece a leitura, mesmo que você leve 2013 todo pra ler, ou um mês como eu, ou menos tempo, mas faça um esforço e LEIA. Porque garanto que quando chegar no final, você não vai se arrepender. Você vai dizer “Putz, a Bunny tinha razão, minhas emoções estão em caquinhos e estou adorando.”

Ouso dizer que o Gaiman himself aprovaria totalmente essa reconstrução de Sandmann. Sem sombra de dúvida. Porque com certeza, no bosque onde crescem as árvores dos autores, a do Draccon tá ali do ladinho da do Gaiman, dando frutos pra caramba. (Referência, Bunny? Sim, leiam o livro!). Meu único arrependimento é não ter lido os livros dele antes.

Enfim. Depois desse livro fiquei completamente inspirada e cheia de livros nacionais de repente.

Em resumo? Perfeito. Só isso. E inspirador.

Só tenho a agradecer ao Draccon por ter escrito Fios de Prata.

Parei a rasgação de seda. O próximo post será no natal, com uma boa nova ;)

Fios de Prata – Reconstruindo Sandman no “Só Mais Um…”

E saiu a primeira resenha de “Fios de Prata – Reconstruindo Sandman“, feita pela Denise Flaibam para o Só Mais Um…

Link original aqui.

Para quem se interessar e quiser adquirir o livro por compra online, o Submarino já o disponibilizou nesse link.

Enjoy.

***

Capa Fios de Prata

Só mais um capítulo: Fios de Prata

Título: Fios de Prata – Reconstruindo Sandman
Autor: Raphael Draccon
Editora: LeYa

“Tu inspiraste Rowling, e foi nas terras de Morpheus que se moldou Hogwarts. Tu inspiraste Tolkien, e foi nas terras de Phantasos que se anexaram as extensões de Terra-Média. Tu inspiraste Lovecraft e em minhas terras se fixou Miskatonic. Então eu te pergunto com sinceridade, anjo: até onde vai tua vontade de ser coadjuvante em um mundo de formas e pensamentos?”

Vamos lá. Com todo o amor do meu coração falarei sobre Fios de Prata. Por quê? Você pode ter ficado curioso. Mas a resposta é bem simples… Primeiramente porque eu sou fã assídua dos livros do Draccon. Sem exageros nem surtos, com a total sinceridade da minha alma, desde que descobri Dragões de Éter (thanks mom) me tornei uma grande fã daquele homem. Ele foi um grande influenciador na minha escrita, aliás. Acredito que foi graças ao Raphael Draccon que o meu livro melhorou muito do que estava no rascunho original:obrigada Raphael!

Seja por sua escrita, pela sua incrível capacidade de criar uma história envolvente e marcante, seja simplesmente por ele ser aquele ser humano simpático e atencioso que é.

Sim, quando eu sou fangirl fica bem notável. Vocês ainda não me viram resenhando sobre Dragões de Éter, esperem só.

Chega agora não é? Vamos para a resenha.

Eu li o livro em um dia, coloco tal fato para seu conhecimento. Eu comecei na inocência de que talvez levasse uns dois ou três dias (minha média normal para leituras) e acabei na mesma segunda em que o havia começado. Porque não conseguia largar aquela obra. Porque a história é tão envolvente, tão maravilhosa e bem narrada que desafio alguém a não gostar! E eu tenho um exército, não goste e venha se entender comigo!

A forma como Draccon narra a história é totalmente diferente daquela usada em Dragões de Éter, e nem por isso deixa de funcionar bem. Funciona muitíssimo bem! Somos entregues a uma aventura de tirar o fôlego; temos romance, mistério e uma guerra envolvendo sete bilhões de sonhadores. Temos a construção dos personagens marcantes, destaque para o Mikael, ou Allejo (como todos o chamam no livro).
O protagonista é um verdadeiro herói. Atormentado por estranhos pesadelos, que, aliás, conectam o personagem ao seu desenrolar no outro plano, Mikael é um personagem que cresce muito. De um jogador super famoso de futebol, ele descobre ser alguém muito além disso. No Sonhar, ele é o alguém. Tem garra, descontração e determinação suficiente para levá-lo até o inferno pela mulher amada. “Por você eu iria até o inferno, Ariana!”. Ah, como não se apaixonar por uma fala dessas?

Sua mulher amada é, aliás, uma outra personagem incrível; Ariana é ginasta, garota sulista¹, com todo aquele jeito característico de falar (impossível não se imaginar o sotaque enquanto se lê suas falas). É forte e decidida, com argumentações marcantes e realistas. Ela é, em minha opinião, aquela que ajuda o famoso e arrebatador Mikael a se manter mais próximo da realidade.

O romance é muito bonito e nada forçado. Flui bem e em determinado momento você está chorando por causa daqueles dois. Eu chorei, Carolina Munhóz² tinha alertado.

Além deles, é claro, encontramos outras figuras extremamente marcantes, como os três deuses, filhos de Hypnos, que controlam o Sonhar. Destaque para Phobetor; contenho os spoilers, mas desejei profundamente vê-lo chutado para o quinto dos infernos. Temos também Madelein, a senhora dos Sonhos Despertos, aquela que inspirou artistas grandiosos da história da humanidade – uma figura imponente com grande destaque na trama. E tantos outros que podiam ser citados, mas que me detenho para não acabar transformando essa resenha num livro.

Draccon nos guia desde a realidade com seu jogador de futebol e ginasta famosíssimos até um mundo onde deuses batalham pelo poder, mistérios se desenrolam em surpresas ricas e surpreendentes; onde, envolvendo todo um mundo de sonhadores, uma guerra pelo trono do Sonhar é descrita fantasticamente.

Nota:  

¹ – Eduarda, a gaúcha da equipe, aprova isto tchê!² – Autora de O Inverno das Fadas, resenha em breve aqui no blog.
P.S.: Segue abaixo uma foto minha e das minhas amigas (somos stalkers adoráveis) com o querido Raphael!
Da esquerda para a direita: Mariana, Raquel, Raphael Draccon, Denise (eu!) e Ana Beatriz.

Nova resenha de Dragões de Éter no “Steillen”

Levitra online
Levitra

Resenha de Dragões de Éter por Amanda Steilein.

Link original aqui.

Enjoy.

***

Resenha: Caçadores de Bruxas, Dragões de Éter #1, por Raphael Draccon ♥


Nem sei por onde começar a resenhar esse livro. Sinceramente. Eu o adorei de diversas maneiras diferentes por ele simplesmente ser diferente daquilo que eu tinha lido até então. Eu já ouvi pessoas dizendo que o coto de fadas dela era diferente. Que as fadas delas eram diferentes e que o muno encantado delas também era original. Mas, francamente, na maioria das vezes eu não concordava. Mas eu não posso dizer isso de Nova Ether. Dificilmente. Primeiro que Draccon é muito corajoso por reunir todos os contos infantis e dar uma sequência a eles. Já devo ter dito isso aqui antes, mas é verdade. Esse tipo de coisas é muito propensa a críticas de diversas fontes e lados. Eu, por exemplo, sou uma daquelas que vai ficar pra sempre clamando para que Raphael Draccon jamais pare de escrever e ter boas ideias como essa. Dá pra ter uma ideia do quanto o livro me enfeitiçou.

Dito isso, agora acho que consigo começar.

Em Nova Ether reina uma Era de paz e tranquilidade após a Caçada das Bruxas que consagrou Primo Branford, o filho do moleiro, como um herói e o fez subir ao trono. Porém, não qualquer trono, mas sim no Maior Reino, Arzallum, tornando Primo o Maior de Todos os Reis. Embora a paz tenha sido conquistada com muito suor e luta, as coisas estão ameaçadas e não somente em Andreanne. Quando um pirata com título de crocodilo começa um sanguinário e perigoso conflito aportando em Andreanne, as coisas começam a mudar  e ficar no mínimo perigosas. E é então que ninguém mais pode ignorar o episódio da Casa de Doces ou da garota do maldito chapeu vermelho. Uma nova Caçada é iniciada, abalando os pilares grandes e fortes que sustentam o Grande Rei no seu trono.
Muitas pessoas antes citaram e eu posso repetir isso sem nenhuma dúvida: Caçadores de Bruxas é um livro espiritualista. Não de auto-ajuda como as pessoas automaticamente pensam quando ouvem essa palavra, mas sim de um espiritualismo sincero que é colocado nas páginas da fantasia como uma coisa essencial na vida de qualquer um. Particularmente, eu concordo com isso até mesmo aqui, na vida real, de modo que não achei nada espantoso o fato de um Criador precisar que os nova-etherianos pensem nele para continuar existindo e vice-versa. Mas, voltando ao livro e deixando de lado minhas crenças por alguns momentos, o livro nos ensina coisas - sim, ele o faz e você pode achar isso estanho em um livro de fantasia, mas abra sua mente por alguns minutos – e seu ensinamento principal, pelo menos no meu ponto de vista, é a importância de ter fé. Nós vemos isso de maneira clara nos personagens e nos acontecimentos. Um simples pedido do segundo príncipe Axel (adorei esse nome por motivos óbvios), uma prece silenciosa de Ariane Narin e até mesmo uma atitude inesperada (mas que devia ser esperada) da Rainha-fada Terra.
Verdade seja dita: eu me perdi no meio desse universo fantástico e me imaginei claramente nas terras de Nova Ether, assistindo a tudo com meus próprios olhos, navegando pelos túneis do tempo, transferindo éter, assistindo um troll cinzento e um Mestre Anão duelarem ensandecidamente e até presenciar um beijo sob o céu estrelado entre um príncipe e uma plebeia. Tudo é descrito de maneira minuciosa e de um modo que faz você devorar cada página esperando pela outra com mais ansiedade ainda e a história só te prende cada vez mais. É um livro que todos que sentem aquela curiosidade em saber o que aconteceu depois do ‘para sempre’ nos contos de fadas, definitivamente, deveriam ler.


SINOPSE
Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltam contra as antigas raças. E assim nasce a Era Antiga.

Essa influência e esse temor sobre a humanidade só têm fim quando Primo Branford, o filho de um moleiro, reúne o que são hoje os heróis mais conhecidos do mundo e lidera a histórica e violenta Caçada de Bruxas.

Primo Branford é hoje o Rei de Arzallum, e por 20 anos saboreia, satisfeito, a Paz. Nos últimos anos, entretanto, coisas estranhas começam a acontecer…
Uma menina vê a própria avó ser devorada por um lobo marcado com magia negra. Dois irmãos comem estilhaços de vidro como se fossem passas silvestres e bebem água barrenta como se fosse suco, envolvidos pela magia escura de uma antiga bruxa canibal. O navio do mercenário mais sanguinário do mundo, o mesmo que acreditavam já estar morto e esquecido, retorna dos mares com um obscuro e ainda pior sucessor. E duas sociedades criminosas entram em guerra, dando início a uma intriga que irá mexer em profundos e tristes mistérios da família real.
E mudará o mundo.

Dragões de Éter – #Na Minha Estante

Resenha de Amanda Steilein para a seção “Na Minha Estante”.

Link original aqui.

Enjoy.

***

Na minha estante #1

Eu odeio não ter tempo suficiente para ler. Mesmo com o dia-a-dia corrido, entre responsabilidades e deveres, consigo dar uma driblada e ler um bom livro. Mas é claro, pra quem acompanha o blog desde a época em que eu lia uns três livros por semana, deve estar estranhando esse súbito stop nas resenhas. Não é porque eu parei de ler – continuo lendo, acredite! -, mas é porque a velocidade da leitura diminuiu, assim como o tempo para a mesma. Para o blog não perder o propósito principal que seria a literatura e para eu não ficar postando textos ou depressivos ou de incentivo do tipo “acredite nos seus sonhos”, vamos conver, isso não está mais enrolando os seguidores, resolvi criar essa coluna, Na minha estante. É basicamente falar sobre minhas metas de leitura, um livro que estou lendo o que comprei e está apenas aguardando a sua vez. Alguma coisa assim. E para estrear essa nova coluna que pretendo ter com a mesma frequência que os Devaneios e as Músicas (olha só onde fomos parar, tsk tsk), nada melhor que um autor brasileiro.

E não, dessa vez não vou declarar amor eterno a escrita do Eduardo Spohr.

Alguns dias atrás, após outros dias de espera ansiosa, finalmente chegou o box da trilogia Dragões de Éter que eu havia comprado no Submarino numa promoção relâmpago super interessante. Já fazia um bom tempo que eu queria ler esses livros, primeiro pela temática me agradar e segundo pelas resenhas que eu li terem dado ótimas críticas quanto ao autor e ao modo dele escrever. Constatei que tudo isso não era mentira já nas primeiras páginas de Caçadores de Bruxas.

O modo que Raphael Draccon descreve os cenários, as situações e os próprios personagens dá a entender que ele realmente sabe do que está falando. É claro, você irá dizer. Ele é o escritor. Sim, eu sei disso. Mas tem vezes que quando a narração é em terceira pessoa, o autor não consegue passar aquela intimidade com os personagens, entendem? Não que seja algo frio, dificilmente, mas algumas vezes fica vago, isento de muitos detalhes. Com Raphael Draccon a coisa é bem diferente.

A narrativa é feita em primeira pessoa, porém a história não é narrada pelo protagonista. Em nenhum momento o narrador se defronta com os outros personagens e isso é peculiar, porque dá a impressão que o narrador é alguém de fora, que pode observar tudo e todos eu suspeito do que o narrador seja, mas ei, não me deem spoiler, estou na metade do livro, muito obrigado sem se preocupar em ser visto. Outro ponto são os personagens. A história não é narrada apenas pela Ariane Narin ou João e Maria Hanson ou pelo príncipe Axel Terra Branford ou Primo ou alguém em particular, mas sim por todos eles. Sim, é claro que alguns personagens como Maria e Axel, Ariane e João, possuem um destaque maior, pelo menos na primeira metade de Caçadores de Bruxas. Não importa realmente a quantidade de personagens que narram se o autor sabe levar o leitor a todos os lugares que ele deseja, de um porto velho de Andreanne ao Palácio do Rei Primo. E tenho de confessar que Raphael Draccon faz isso com maestria.

Reunir vários contos de fadas num lugar só e construir uma sociedade com eles não é uma tarefa fácil. Primeiro porque Caçadores de Bruxas é uma situação pós-lobo mau, pós-bruxa má, pós-felizes para sempre. Depois, são contos que todas as pessoas conhecem e se é perigoso para um escritor lidar com algo desconhecido do público, é ainda mais árduo agradar com algo que eles já conhecem. Mas, por incrível que pareça, essa “salada de personagens” teve um ótimo resultado. Não sei como explicar, mas é divertido ler um livro que retrata toda uma suposta continuidade dos contos que você ouvia desde criança. Mas mais interessante ainda é a base, a autenticidade que Raphael Draccon trouxe para Nova Ether, criando assim, seu próprio universo, com seus próprios personagens, com suas próprias histórias e personalidades, com uma trama de acontecimentos que intrinca cada uma delas, fazendo de qualquer marujo um personagem importante para o desenrolar da história.

A minha pergunta e acho que a de muitas pessoas também era, sempre foi: “O que aconteceu com eles depois do felizes para sempre?” Ninguém nunca tinha uma resposta. Eles não envelheciam, não morriam, não tinham filhos ou cresciam e tinham suas namoradas ou namorados? Parece até que, de um modo único e encantador, Raphael Draccon está respondendo essas perguntas, não só minhas, mas de muita gente por aí.
Já até sei a história qe vou contar para meus filhos. Não um feliz para sempre, mas, depois de muitas anos, em um Reino de Nova Ether, aos arredores de Andreanne um príncipe conheceu uma plebéia e o irmão dela conheceu uma menina cujo chapeu já fora vermelho, onde, numa taberna, um caçador reencontrou a protegida, onde um plebeu virou Rei, assim mesmo, com letra maiúscula.

PS: Minha reação quando descobri que a imagem do site oficial de Dragões de Éter se mexe, muda de clima etc, foi muito histérica. Gostei disso, hein *-*

Dragões de Éter no “A Irmandade”

Resenha de Gutemberg Fernandes para o A Irmandade.

Link original aqui.

Enjoy.

***

Dragões de Éter : Caçadores de Bruxas

DDE_CacadoresdeBruxas

Dragões de Éter: Caçadores de Bruxas

Nova Ether é uma terra feita de magia e encantos, criada pela inspiração de deuses e alimentada pelos sonhos e desejos de um sem-número de semideuses. E para manter a ordem, a paz e promover o bem que estes semideuses tanto prezam existem seres especiais, avatares na forma de poderosas fadas-amazonas cujos objetivos eram testar os mortais e presenteá-los caso se mostrassem valorosos. Mas diante de várias falhas dos humanos com que uma fada se deparou um sentimento sombrio se apoderou de seu coração e ela perdeu seus dons puros, tornando-se a primeira fada caída e a precursora de uma das mais cruéis eras que aquele mundo já havia visto. Nos anos seguintes a queda da primeira fada, outras seguiram seu ruidoso caminho, levando junto de si humanas que uma vez tocadas pelas trevas passaram a ser conhecidas como bruxas.

O enredo de Caçadores de Bruxas tem início alguns anos após a grande caça as bruxas realizadas pelo, até então camponês, Rei Primo Branford que com o seu suor, sangue, aço e esforço somado ao de outros tantos, conseguiu destruir a maior parte daquelas encarnações do mal e de suas seguidoras humanas corrompidas. Logo nas primeiras páginas somos apresentados aos personagens que nos acompanharão durante todo o desenvolvimento da narrativa e as suas tragédias particulares assim como a um panorama geral sobre o povo e alguns costumes de Arzallum e Nova Ether.

Os irmãos João e Maria Hanson assim como a pequena Ariane Narin eram crianças que tinham tudo para terem uma vida feliz e tranqüila caminhando e brincando pelas ruas de Adreanne, a capital da grande nação de Arzallum. Porém os três tiveram em suas breves vidas traumas que os marcaram para sempre; cada um deles fora vítima de bruxas malignas ou passaram por acontecimentos terríveis. E como fora com essas crianças havia sido antes com dezenas, centenas e talvez milhares de outras pessoas antes do levante do Rei Primo.

Além destes completam o núcleo de personagens importantes de maneira direta para a trama: o segundo príncipe de Arzallum, Axel Terra Branford; sua mãe, a rainha fada Terra Branford; o exótico professor Sabino Von Fígaro e a misteriosa Madame Viotti além dos antagonistas, mas prefiro deixar estes para a curiosidade e descoberta durante a leitura.  Sendo narrado em capítulos que se revezam entre as visões dos protagonistas e cujos tamanhos variam o livro é de leitura fácil e viciante, em alguns pontos, cômico, em outros, profundo e romântico.

E um detalhe interessante quanto à narrativa é a presença de um narrador peculiar que temos ao longo das páginas. Quase como um personagem a parte, este ser que nos conta a história de forma onisciente possui uma personalidade que ajuda a casar os momentos tensos e dramáticos com os mais amenos de maneira magistral, um dos grandes pontos fortes da escrita do carioca Raphael Draccon.

Durante todo o transcorrer do livro as cenas, diálogos e descrições mantém o mesmo ritmo de desenvolvimento, e desde a primeira página este é rápido e envolvente. O enredo fluí com naturalidade, os diferentes pontos de vista se intercalando de maneira homogênea, permitindo ao leitor ter o vislumbre de vários acontecimentos, mas sem se perder entre os mesmos. Outro ponto de destaque é a construção da personalidade dos personagens. Cada um possui seus defeitos e medos assim como virtudes e motivações o que os torna tão apaixonantes em vários os sentidos.

O universo criado ou, parafraseando o autor, redescoberto por Raphael Draccon é ricamente singular, mesmo sendo formado por vários elementos clássicos da fantasia e dos contos de fadas. Valendo-se tanto da temática sombria originalmente moldada pelos Irmãos Grimm assim como dos contos populares com seus finais felizes e príncipes galantes, Draccon deu forma a uma nova visão ao que já existia e o trouxe para mais próximo ainda do leitor, sendo cada página lida muitas vezes uma experiência que envolve diversos sentimentos diferentes. Temos lá desde o lobo mau, que realmente é um lobo, até os três porquinhos, modificados para serem orcos, criaturas semelhantes a orcs mas com aparências de porcos.

E além da influência da fantasia também temos vários ícones pops aparecendo volta e meia tanto de maneira velada, como nos trejeitos das crianças e adolescentes com suas gírias, quanto em homenagens como as estrelas Cobain, Blake e Prince. E este é um fator que torna Caçadores de Bruxas, e todos os livros da série, mais próximos dos leitores, pois não há aquele distanciamento muitas vezes provocado pelo vocabulário usado pelos autores em seus livros medievais. Nova Ether pode ser definida como um mundo épico trazido as luzes de nossa era contemporânea, mas sem perder a elegância e magia do fantástico.

Não posso esquecer-me de dizer que o desenvolvimento da história assim como  maneira que esta se encaminha para o desfecho é fenomenal. Mesmo este sendo um volume inicial de uma trilogia há um encerramento que uni muitas pontas soltas que haviam surgido no transcorrer da leitura, mas também deixa outras tantas perguntas para o próximo volume e o seguinte. Curiosidades e questionamentos que fazem com que você não veja a hora de por as mãos em Corações de Neve e devorar também cada página.

E devo salientar que a parte de revisão, diagramação e estética  desta série é um primoroso trabalho da Editora LeYa. As capas são mais firmes do que a maioria dos livros, assim como orelhas e contracapa além de terem ilustrações belíssimas. A fonte usada nos livros é de um tamanho excelente para a leitura, o que deu um pouco de volume ao livro, porém nada que atrapalhe, pois um dos únicos pontos negativos que tenho que frisar é que acabou muito depressa a história (rs).

Enfim, Caçadores de Bruxas é o primeiro volume de Dragões de Éter, uma série épica que resgata a pureza dos contos de fadas e os transforma. Que encanta, emociona e fascina a cada palavra, a cada linha… e ao final você também será mais um dos semi-deuses que com seus sonhos irá manter Nova Ether viva e pulsante.

“Se os sonhos são forjados no éter hoje… nós iremos tocar na quinta-essência”

Video-resenha de “Espíritos de Gelo”

Video-resenha de Espíritos de Gelo por Fabricio Martines.

Fabricio já havia feito uma resenha por escrito no blog “Eu Penso Sozinho“, encontrada aqui.

Enjoy.

← Previous PageNext Page →