“Cemitérios de Dragões” no Além da Contracapa

Resenha de Alexandre para o “Além da Contracapa”.

Link original: http://alemdacontracapa.blogspot.com.br/2014/10/resenha-cemiterios-de-dragoes-legado.html

Enjoy!

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RESENHA: Cemitérios de Dragões – Legado Ranger I

“Os dois continuaram a caminhar sem nenhum orgulho, deixando suas sombras para trás. Deixando angústias juvenis e palavras atiradas, além de esperanças despedaçadas em seu rastro.
Rastros de pais desesperados.
Rastros de filhos em agonia.
Rastros de monstros.
Rastros de heróis.” (DRACCON, 2014, p. 218).
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Após a leitura de Caçadores de Bruxas, primeiro volume da saga Dragões de Éter, sempre tive vontade de ler outros livros de Raphael Draccon. E embora ainda não tive tempo de encerrar aquela trilogia (#ShameOnMe), não consegui resistir a oportunidade de conferir a nova saga criada pelo autor.
Por razões desconhecidas, cinco pessoas de diversos cantos do globo são transportadas para uma realidade comandada por seres reptilianos. Assim, cada um deles inicia uma jornada em busca por respostas, sem imaginar que o destino deles está conectado e que o futuro lhes reserva uma tecnologia bélica jamais vista, criada a partir de metal-vivo, magia e sangue de dragão.
Para aqueles que, assim como eu, tiveram contato apenas com a trilogia Dragões de Éter, é preciso dizer que Cemitérios de Dragões promete ser uma saga muitos mais dark, pois destina-se a um público adulto. Não se trata apenas de personagens mais velhos, mas também de um ambiente mais pesado e violento.
Para quem gosta de altas doses de ação a boa notícia é que tal elemento não falta, pois nos diversos pontos de vista que acompanhamos, inúmeras fugas ou lutas aguardam o leitor. Mas como não poderia deixar de ser, o melhor é guardado para o final, em uma batalha de tirar o fôlego.
Assim como os personagens que são transportados, sem maiores explicações, para uma outra realidade, o leitor também é “jogado” no meio desse mundo sem receber esclarecimentos. Embora esta abordagem tenha me causado certa estranheza, é interessante que apenas descobrimos os motivos para tal acontecimento quando os personagens os descobrem.
A meu ver, o ponto alto da obra foi a evolução da improvável dupla de amigos Romain e Daniel. Além de garantirem as gargalhadas e trazerem uma certa leveza em momentos tensos, os personagens também fazem o leitor refletir. Ainda, é interessante notar que todos os personagens possuem seus conflitos pessoais, os quais, imagino, devem ser aprofundados nos próximos volumes.
Como é de se esperar de uma série fantástica, o primeiro volume precisa introduzir o leitor a um novo mundo, porém, me pareceu que, em alguns momentos, Draccon abusou de descrições, o que tornou a narrativa um pouco mais vagarosa.
Devo admitir que senti falta de um mapa, apontando as localidades pelas quais os personagens passavam. Talvez este seja o lado preguiçoso de um leitor já acostumado a ler obras de fantasia com mapas, mas creio que tal recurso teria facilitado minha compreensão da estória.
O mundo criado por Draccon é bastante complexo, e por isso, em alguns aspectos, me pareceu um tanto confuso. Mas contado com uma mitologia original, personagens bem construídos e com um desfecho que, além de exalar adrenalina e sangue, prepara o leitor para uma sequência que parece promissora, Legado Ranger é uma boa pedida para os fãs de literatura fantástica.
Título: Cemitérios de Dragões – Legado Ranger I (exemplar cedido pela editora)
Autor: Raphael Draccon
N.º de páginas: 350
Editora: Fantástica Rocco

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