Dragões de Éter no Café Fraco

Resenha de Lily para o Café Fraco.

Link original aqui.

Enjoy.

***

Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas

Dragões de Éter - Caçadores de Bruxas

Olá, leitores lindos do Café Fraco! Para quem não me conhece, eu sou a Lily, mais conhecida como @Princesafada (Leiam Princesa-fada, seu bando de fapeiros!) e a partir de agora serei a responsável por trazer para vocês algumas resenhas de livros. Também teremos uma classificação no final de cada resenha, para que vocês saibam qual nota eu estou dando para o livro, que funcionará da seguinte forma: quanto melhor o livro, mais colheres de café ele terá, sendo cinco o limite máximo.

Lembrem-se apenas que essa classificação é uma opinião PESSOAL e que não quero ofender ninguém, então, sem mortes, ok?

Agora vamos a resenha propriamente dita:

Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas

Dragões de Éter - Caçadores de Bruxas

Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltam contra as antigas raças. E assim nasce a Era Antiga.

Essa influência e esse temor sobre a humanidade só têm fim quando Primo Branford, o filho de um moleiro, reúne o que são hoje os heróis mais conhecidos do mundo e lidera a histórica e violenta Caçada de Bruxas.

Primo Branford é hoje o Rei de Arzallum, e por 20 anos saboreia, satisfeito, a Paz. Nos últimos anos, entretanto, coisas estranhas começam a acontecer…

Uma menina vê a própria avó ser devorada por um lobo marcado com magia negra. Dois irmãos comem estilhaços de vidro como se fossem passas silvestres e bebem água barrenta como se fosse suco, envolvidos pela magia escura de uma antiga bruxa canibal. O navio do mercenário mais sanguinário do mundo, o mesmo que acreditavam já estar morto e esquecido, retorna dos mares com um obscuro e ainda pior sucessor. E duas sociedades criminosas entram em guerra, dando início a uma intriga que irá mexer em profundos e tristes mistérios da família real.

E mudará o mundo.

(Texto retirado da orelha do livro)

Admito que comprei o livro na Bienal de São Paulo do ano passado apenas para pegar o autógrafo do Raphael Draccon. No caminho para casa, porém, ao começar a ler o livro, vi que tinha feito uma das melhores escolhas da minha vida. ‘Caçadores de Bruxas’ não só diverte e encanta como também vicia.

O livro possui diversas referências contemporâneas e é extremamente divertido ficar tentando adivinhá-las (é sério, um dos príncipes se chama Axel…). Outro ponto positivo é a releitura de clássicos infantis como João e Maria ou Chapeuzinho Vermelho. Os contos-de-fada têm um papel realmente importante na história e foram fundidos de uma maneira que é muito difícil de ver por ai. Ao invés de ser apenas um amontoado de histórias misturadas, formam uma lógica extremamente fascinante, fazendo com que você se pergunte como não pensou nisso antes.

Além disso o narrador é um caso a parte. Divertido e parecendo um amigo que está te contando a história, faz com que você não repare o tempo passando  ou que o livro está acabando. Para exemplificar, alguns trechos (não se preocupe, são do começo da narrativa e não tem spoilers).

“E o salvador? Sim, o caçador herói – do ponto de vista humano – que meteu duas balas no peito da criatura. Esse personagem será importante para esta história que narro, mas ainda não será agora que trarei maiores detalhes de sua vida. Mas que diabos! – você deve querer reclamar desta história em que todas as boas informações parecem estar relegadas ao futuro. Ei! Estamos prestes a conhecer uma longa história, e qual seria a graça se tudo fosse revelado de maneira tão fria e deselegante?”

(Pg. 25)

“O incidente foi suficiente para mudar a vida de Ariane Narin, tornando-a conhecida em sua região, embora preferisse viver para sempre no anonimato a ser conhecida como a menina que viu a avó ser devorada por um imenso lobo faminto. Mas ela não teve nem jamais teria essa sorte, pois, como já fora dito, naquele dia ela perdeu a pureza com a qual a mãe sempre cercou sua infância. E as pessoas poderiam nem mesmo conhecer seu nome ou o de sua avó ou o de sua mãe ou o do caçador herói, mas conheceriam sua história. E, se seu nome não fosse reconhecido, a reconheceriam por outro. O nome que ela mais detestava no mundo e o qual parecia persegui-la como uma lagartixa decidida por uma mariposa sem sorte”.

(Pg 26).

Claro que esses são trechos logo do começo do livro (primeiro capítulo), mas você pode aguardar humor por toda a trilogia de Dragões de Éter. E, acredite, você vai querer ler toda a trilogia.

Os personagens também são muito bem trabalhados e é muito gostoso ir acompanhando suas histórias, ainda que às vezes alguns te dêem raiva (e você queira o endereço do Raphael apenas para mandar uma bomba para lá. É sério.). Ariane Narin, é uma fofa e junto de João Hanson, ficam fazendo você dar sorrisinhos involuntários durante o desenrolar da trama. Maria Hanson é outra que você VAI acabar admirando, assim como Axel Branford e todos os outros que vão aparecendo no desenrolar da trama (estou tentando com todas as minhas forças não fazer spoiler). E todos, eu digo todos, se tornam tão críveis que você se pega sonhando literalmente com Nova Ether.

E o fato mais surpreendente de todos: Raphael Draccon é brasileiro (ainda que tenha saído em algumas publicações que ele seja norte-americano). E não só é conterrâneo nosso como é a simpatia em pessoa. Experimente assistir uma palestra com ele, ou pedir um autógrafo durante um evento. Não só ele será simpático como é do tipo que faz questão de conhecer você, nem que seja perguntando qual foi o último livro de literatura fantástica que você leu.

Nota:

5 pontos

Ficha Bibliográfica

Título: Dragões de Éter: Caçadores de Bruxas
Editora: Leya
Autor: RAPHAEL DRACCON
Origem: Nacional
Ano: 2010
Número de páginas: 440

Comentários

Escreva uma resposta