“Dragões de Éter” no Restaurante da Mente

Resenha escrita por Thyeri Bione para o Restaurante da Mente.

Link original aqui.

Enjoy.

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[Resenha] Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas

por Thyeri Bione às 10:17

Coleção: Dragões de Éter
Volume: 2
Autor: Raphael Draccon
Editora: LEYA BRASIL
Número de páginas: 438



Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltam contra as antigas raças. E assim nasce a Era Antiga. Essa influência e esse temor sobre a humanidade só têm fim quando Primo Branford, o filho de um moleiro, reúne o que são hoje os heróis mais conhecidos do mundo e lidera a histórica e violenta Caçada de Bruxas. Primo Branford é hoje o Rei de Arzallum, e por 20 anos saboreia, satisfeito, a Paz. Nos últimos anos, entretanto, coisas estranhas começam a acontecer… Uma menina vê a própria avó ser devorada por um lobo marcado com magia negra. Dois irmãos comem estilhaços de vidro como se fossem passas silvestres e bebem água barrenta como se fosse suco, envolvidos pela magia escura de uma antiga bruxa canibal. O navio do mercenário mais sanguinário do mundo, o mesmo que acreditavam já estar morto e esquecido, retorna dos mares com um obscuro e ainda pior sucessor. E duas sociedades criminosas entram em guerra, dando início a uma intriga que irá mexer em profundos e tristes mistérios da família real.

Diferente de tudo o que já li. Ou será que é igual…? Parecido, então? Não, definitivamente, diferente.

Eu estava bastante ansioso para ler esse livro, depois que li A Batalha do Apocalipse, de Eduardo Spohr [resenha, aqui], eu descobrir um mundo de autores brasileiros na literatura fantástica, e Raphael Draccon é um deles. Um autor que mistura numa história de fantasia, alguns clássicos dos contos de fadas, e temas da cultura pop… e a forma como ele mistura é que torna a obra única, diferente.
No começo eu estranhei MUITO a narrativa, pois o narrador conversa com o leitor, afinal ele é um contador de histórias, e como todo diálogo, a linha temporal da narrativa não é retilínea. Tenho que admitir que no começo eu quase queria matar o contador de histórias, com suas “intromissões” entre os diálogos dos personagens, sua fala indo e voltando no tempo, e que no início da história, parecia que eu estava lendo um livro bem infantil, cheguei ao ponto de pensar em desistir do livro (!!!!). Mas sabe aquela história que você está pensando em desistir, que você está vendo que não vai lhe acrescentar em nada, mas que você não consegue parar de ler? Bem, esse foi o caso, ou quase isso.
O “quase”, é porque eu estava enganado com o “não vai me acrescentar nada”, pois na verdade a narrativa traz muita reflexão, sobre a perda de entes queridos; sobre o bem e o mal e suas diferentes perspectivas; sobre nossas escolhas, e suas conseqüências; dentre outras coisas. E depois que me acostumei com a narrativa, e passei a gostar dela, e muito, não consegui parar de ler o livro.

Uma coisa que gostei muito no livro, é um conceito que eu sempre penso, que vi em algum lugar (não lembro se foi em outro livro, ou em um filme), e que o autor nos mostra na temática do livro: Uma história, que lemos ou ouvimos, ou vemos, é apenas um fragmento de um todo, ela, na verdade, começou antes e terminará depois de nós a lermos/vermos/ouvirmos. O que aconteceu com nossos queridos personagens dos contos de lemos quando éramos crianças? Suas histórias terminaram ali naquele ‘felizes para sempre’, ou eles tiveram novas alegrias, ou surgiram traumas dos eventos por eles vividos? Isso fica em nossa imaginação. E toma vida em Nova Ether…

Um livro muito bom, que lhe apresenta personagens que você acha que já conhecia, como Chapeuzinho Vermelho e João e Maria, e que vale muito a pena ser lido.

Comentários

uma resposta to ““Dragões de Éter” no Restaurante da Mente”

  1. Rodrigo on fevereiro 7th, 2011 10:00 pm

    Olá! Meu nome é Rodrigo, tenho 18 anos e sou de São Paulo.

    Primeiramente eu gostaria de dizer que eu achei que o livro é baseado em uma completa propaganda enganosa. O título “Dragões de Éter” da a entender aos leitores de que a obra se trata de dragões, feiticeiros, guerreiros ao estilo medieval e uma caçada às bruxas digna da Idade Média; e não à contos de fadas modificados e intensificados ao estilo RPG. Mas como dizem: “Nunca julgue um livro pela capa”, ou melhor dizendo, pelo título!
    Quando a narrativa se inicia, instantaneamente ela confunde o leitor com aquele prefácio acerca de Criador, Deus e semideus. Eu li, reli, li de novo e reli novamente, mas ainda não entendi nada do pensamento que o autor quis passar. Mas ao desenrolar da história o livro realmente traz expectativas, no entanto ela se vai quando a descrições (tanto dos personagens quanto do ambiente) se mostra pobre ou ausenta.
    Um fato que me intrigou, foi o número e a disposição dos capítulos, um capítulo a cada uma página e meia ou duas; e também a continuidade da narrativa, hora falando de Maria Hanson, hora de João Hanson, depois de Ariane Narin e logo em seguida de uns marinheiros e depois do Príncipe Branford. Eu achei estranho e confuso, de tal forma que parece dividir a história em vários contos distintos. Outro fato que também me intrigou, foi a nomenclatura dos personagens e das localidades. As cidades ou reinos chamados: Kôr, Brëe, Aragon e o Continente do Ocaso me parecem nomes Tolkienianos; eu gostaria de saber se de fato são. Sem falar do nome de Lilliput e Nunca que me parece extraído do romance As Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift e das obras de J. M. Barrie, criador do famoso Peter Pan. Ao meu ver faltou criatividade nos nomes; como uma bibliotecária de um mundo fantasioso pode se chamar Stephanie?!
    E por fim, outro fato que me é estranhíssimo é a forma como os jovens no livro se comunicam. Eu achei terrível o senso romântico e aventureiro nessa obra. É tão sem emoção, tão falso e infantil. Fora essas coisa que citei, você escreve super bem e tem boas ideias, porém não soube conciliar os dois e poduzir uma obra digna de best-sellers.
    Espero que não tome esta crítica como um ataque pessoal ou qualquer coisa do tipo. Apenas estou argumentanto a respeiro do livro “Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas”. Se puder me esclarecer sua obra e seus pontos de vista eu agradeceria, pois os considero importantíssimos.
    Obrigado.

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