Resenha “Dragões de Éter” – Blog Leia

Resenha de Regina Monteiro, para o interessante blog de críticas literárias: Leia.

O que achei de mais curioso no texto é que, para Regina Monteiro, “Dragões de Éter” é um livro completamente diferente de para mim. Regina o vê como um livro voltado para o público infantil (ou que deveria ser voltado para ele).

Eu o vejo como um conto de fadas para adulto; um livro de clima juvenil com passagens que alternam humor, romance e aventura, com determinadas partes sombrias, macabras e arrepiantes.

Mesmo o conceito de Bem x Mal é difícil de ser traduzido ao pé da letra. O diálogo de uma das cenas de clímax, no alto de uma Catedral, demonstra bem essa dificuldade.

Outro ponto que discordo da maioria dos críticos é uma eterna insistência em admitir que não existe uma parcela (e até uma boa parcela) de jovens que lêem.

Ok, a que (ainda) não o faz é bem maior, mas a que o faz é relativamente significante.

Logo, não existe apenas a literatura infantil e adulta. Existe sim, um público para a literatura juvenil enorme (”Eragon”, “Harry Poter” e “Crepúsculo” que o digam); e ignorar isso seria agir como o cinema que ignorou esse público até descobrir os Blockbusters na década de 80, com Steven Spielberg, e fazer a maioria de seus filmes hoje já pensando neles.

E, por último, também para mim a mensagem do livro não seria a de que o amor e a bondade sempre superam o ódio e a maldade, mas que apenas por eles vale à pena viver uma vida.

Tanto que a frase de Anna, mãe de Ariane Narin, utilizada no tópico anterior, resume bem isso: contos de fadas nem sempre têm bons finais.

Por isso, particularmente é bem curioso e extremamente interessante conhecer a opinião da resenhista.

Afinal, não é exatamente isso, essas múltiplas visões e intepretações que uma pessoa pode ter de uma mesma obra, que faz a riqueza de uma história bem contada?

Sonhem conosco.

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Dragões de Eter – Caçadores de Bruxas, de Raphael Dracon, pela Editora Planeta

Pode-se dizer que, em Dragões de Eter – Caçadores de Bruxas, Raphael Dracon parte de uma simples questão para dar vida aos seus personagens: o que teria acontecido depois?
O que teria acontecido com Chapeuzinho Vermelho depois que o caçador matou o lobo? E com o caçador? João e Maria realmente teriam conseguido matar a bruxa? E qual foi a reação de seus pais quando voltaram para casa? A princesa realmente teve coragem de beijar o príncipe que virou sapo? E o que fizeram os anões depois que Branca de Neve encontrou seu príncipe?
Quem, ao terminar de ler os sempre eternos contos de fadas, não se fez tais perguntas? De uma maneira dinâmica, Dragões de Eter – Caçadores de Bruxas narra a história do que teria se passado a partir do momento em que esses contos terminam, sem perder a perspectiva da eterna luta entre o bem e o mal.
Seria possível que João e Maria conhecessem Chapeuzinho Vermelho? Para Raphael Dracon seria perfeitamente possível. O autor reúne todos esses personagens (e muitos outros) no Reino de Arzallum, muitos deles vivendo em Andreanne, a capital do Reino. Arzallum fica em Nova Eter, um mundo que já foi assolado pela magia negra praticada por bruxas que haviam se desviado do caminho do bem. Depois de anos vivendo em paz, Arzallum volta a ser ameaçada por essa magia que o rei e todos seus súditos pensavam ter sido extinta. É nesse momento que Raphael Dracon, retomando a eterna luta entre o bem e o mal, apresenta a sua versão desses eternos heróis dos contos de fadas. Ao final, o autor repete o ensinamento presente em todas essas histórias infantis: o amor e a bondade sempre superam o ódio e a maldade.
No entanto, Dragões de Eter – Caçadores de Bruxas, apresenta um dilema pois, apesar de suas 420 páginas, não seria incorreto afirmar que este livro cairia muito mais no gosto de um público infantil ao suprir sua curiosidade a respeito do destino dos personagens dos contos de fadas, do que no gosto de um público mais adulto. É um livro para ser lido pelos pais para seus filhos.

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