A velha mesma questão…

Olá Raphael.

A minha amiga Raizza que indicou vc como uma leitura e uma pessoa interessante.
Ela é leitora do meu blog e tem um tempo que a gente se fala.

Também sou escritora e vivi Nirvana e todas as adoráveis consequências dos melhores anos – os anos 90.
Uma coincidência engraçada que também cito o grunge no meu livro.

Bem, a Raizza me falou que vc foi no colégio dela uma vez e que ela achou que a sua história parecia com a minha, que vc formou em cinema e que parecia que nao tinha grandes contatos, mas consegui publicar.

Eu acabei de escrever o meu primeiro romance e estou tentando arranjar uma editora. vc teria alguma dica pra mim? Eu sei que várias pessoas já te mandaram essa mesma pergunta, mas eu li as suas respostas pra elas e não era exatamente o que eu estava buscando. Você fala da dureza do trabalho do escritor e da diferença de um escritor de final de semana pra um do mercado editorial, fala que tem que ler muito e passar tempo nisso. Mas eu entendo isso. Os livros são os meus melhores amigos há muitos anos e eu me sinto confiante como escritora.

O que eu queria saber é como ser publicado sem ter nenhu, contato com gente que trabalha em alguma editora?
De verdade, quero saber o que realmente acontece pra alguém ser publicado.

Patrícia.

Bom,  de novo: não há regras.

Certo, sei que essa é uma resposta vaga e em parte frustrante, mas o pior é que ela é verdadeira.

A maioria dos autores de sucesso não tinha mesmo nenhum contato com gente que trabalha em editoras nem agentes. E tiveram de inventar um jeito de chamar a atenção.

Se você fosse americana, pimeiro deveria procurar um agente. Já que é brasileira, vai ter de fazer o velho esquema xerox-correio e buscar as editoras que se encaixem no que escreve.

Ao redor disso, enquanto espera, você pode pensar maneiras de chamar a atenção das editoras e provar que você iria vender. Como? De novo: não há regras.

Estude o caso de autor por autor, pesquise pela web, e você verá que são histórias completamente diferentes, e mais, que tinham tudo para dar errado a um primeiro olhar.

Mas é isso: a questão é provar que vale à pena uma editora tirar 20 a 30 mil do orçamento dela para investir na publicação de um livro seu que tem de, no mínimo, se pagar na selva do mercado editorial (o que é uma cobrança justa, afinal, o editor tem de prestar contas da empresa que gerencia).

Isso é ainda pior em se tratando de autores estreantes, que não tem público-alvo formado nem já fora testado em outros mercados, como autores estrangeiros. E são tantos livros despejados todo mês no mercado, que não há tempo nem mesmo para o número de leitores brasileiros absorvê-los.

Logo, é preciso conhecer o que está fazendo, o público-alvo destinado e o mercado editorial em que se tenta. E pensar também com a cabeça de um editor.

Com isso em mente, é hora de bolar seu próprio plano.

Agora, dica boa: não queira começar pelas grandes editoras; a maioria sonha com isso, mas poucos estão preparados para elas e a pressão que as envolve.

Existem já editoras menores atualmente que fazem trabalhos exemplares, como a Draco, a Tarja e a Não Editora.

Se eu fosse um escritor começando do zero hoje, com certeza eu começaria conversando com elas.

Bons ventos na jornada.

E sonhem conosco.

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