Dragones de Éter – Resenha em “+ Cultura”

Resenha de rolando Ramiro para o “+ Cultura”, sobre a versão mexicana de “Dragones de Éter”.

Link original: http://www.mascultura.com.mx/recomendacion_dragonesdeeter1

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¿Qué fue de Caperucita Roja, Hansel, Grettel y el capitán Garfio? Descúbrelo en DRAGONES DE ÉTER I

De alguna u otra forma ustedes se habrán relacionado, durante su infancia, con la trágica historia de la Caperucita Roja, las desventuras de los pequeños hermanos Hansel y Gretel o la eterna rivalidad entre Peter Pan y el temido Capitán Garfio. Y aunque la cualidad de muchas de estas historias sea la constante transformación, tendremos en mente algún final parecido.

Sin embargo, ¿qué habrá sucedido después de esa conclusión que recordamos de los relatos? ¿Qué fue de Caperucita después de haber sido rescatada, de los hermanos tras el trauma del secuestro o de Garfio con el cocodrilo siguiéndolo hasta el fin del mundo?

Raphael Draccon, movido por cuestionamientos parecidos, nos presenta el “continuará” de esas historias que ostentaban un final, en muchos casos, feliz. “Dragones de Éter I: Cazadores de brujas” (Random House Mondadori, 2013) reelabora las historias y las dispone en un tiempo y en un espacio distintos para crear un mundo llamado Nueva Éter.

“Dragones de Éter I” es la historia de Ariane, María y João, los sobrevivientes en las historias conocidas de la niña con caperucita roja y los hermanos encantados por las delicias de una casita de dulces, respectivamente. Tras las tragedias superadas, todos viven en una aparente tranquilidad a punto de ser quebrantada por el pirata Jamil, Corazón de Cocodrilo, quien está decidido en enfrentarse al Rey Primo Branford y toda la familia real.

Raphael Draccon se apropia de lo que él considera la imaginación colectiva de la humanidad para crear un mundo mágico que explica historias ya conocidas y las impulsa a una segunda parte. Sin considerar el resto de los libros que conforman esta trilogía, la primera entrega de “Dragones de Éter” construye lo que pareciera la constante en el universo: no existe un espacio ni tiempo completamente bueno ni malo, pues son dos formas de estar condenadas a convivir en cada momento y en cada página.

“Dragones de Éter I: Cazadores de brujas” expone un periodo apacible, sin tanto de haber salido de una encarnizada disputa entre el bien y el mal; o el amor y el odio, como se dirá en el mismo libro: los dos grandes motores de muchas de las acciones ejecutadas cotidianamente. ¿O no consideran que estas son fuertes razones que motivan a la gente a incursionar por distintos senderos? Desde el acto más loable, hasta la guerra más atroz. Y sí, no siempre el amor es lo bueno y viceversa. Aquí todo se puede entremezclar sin dejar fronteras distinguibles entre sí.

Quizá, en Nueva Éter, se haya superado una de las etapas más oscuras después de la llamada Cacería de Brujas; puede que la tranquilidad se haya logrado restablecer tras el derramamiento de sangre. Sin embargo, en el reino de Arzallum no todo ha terminado, no hay que olvidar que nuestro creador en Nueva Éter no está conforme con los finales de las historias condenadas a transformarse y a seguirse contando.

Como dijo alguna vez otro creador de mundos, en otro mundo: Nada termina nunca.

Por: Rolando Ramiro Vázquez Mendoza

Imagen: Portada del libro “Dragones de Éter I: Ca

Três autores juvenis relembram presentes de Natal inesquecíveis

A Saraiva Conteúdo quis saber quais presentes marcaram o meu Natal, da Carolina Munhóz e da Paula Pimenta. As respostas foram bem diferentes e demonstram como vieram a influenciar até mesmo os autores que nos tornaríamos.

Link original: http://www.saraivaconteudo.com.br/Materias/Post/55029

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Três autores juvenis relembram presentes de Natal inesquecíveis 21. 12. 2013
Literatura
Paula Pimenta
Por Marcelo Rafael
Natal é época de solidariedade, amor, amizade e, principalmente, família. E não se pode esquecer dos presentes, é claro. Eles também fazem parte da festa e simbolizam as oferendas dadas pelos Três Reis Magos ao Menino Jesus, tradição perpetuada por São Nicolau Taumaturgo, arcebispo de Mira, que distribuía aos pobres sua riqueza herdada.

O objeto em si é bacana, mas a história por trás dele pode ser ainda mais. Por isso, neste Natal, três autores de livros juvenis contam para o SaraivaConteúdo sobre os presentes que marcaram a sua infância e que refletiram em suas vidas na idade adulta.

Um livro em uma família sem o hábito da leitura; um presente caro em uma época de carestia, que inseriu uma criança em um novo mundo de fantasia; e um disco de vinil com letras proibidas em uma época de censura. São histórias narradas por alguns dos expoentes da literatura juvenil nacional.

CAROLINA MUNHÓZ

“Foi no Natal de 2001. Eu tinha uns 12 anos, mais ou menos, e foi a época em que estava começando meu vício pela literatura”, relembra Carolina Munhóz, autora de O Inverno das FadasFeérica, entre outros.

“Pottermaníaca” assumida, a escritora credita ao bruxinho e a Paulo Coelho seu gosto por livros e também a inspiração de sua carreira. Mas os títulos da série Harry Potter custavam caro. “Eu só podia ler os de amigos, e chegava uma hora em que ficava insuportável, porque tinha que ficar pedindo para os mesmos amigos 10 mil vezes, para poder ler várias vezes”, brinca.

Eis que, no dia 25 de dezembro daquele ano, Carolina saiu gritando pela casa ao abrir o pacote dado por uma tia. A Pedra Filosofal, A Câmara Secreta, O Prisioneiro de Azkaban e o Cálice de Fogoestavam lá.

“Minha família nunca teve o hábito de ler. Então, para eles, esse tipo de reação era algo estranho. ‘Por que essa menina está tão empolgada com um livro!?’”, relembra. “Sendo que minhas primas estavam empolgadas com brinquedos, com outros tipos de coisas”, completa.

Não eram apenas livros que estavam ali, mas também um ideal, um modelo de vida. “Minha tia sempre teve condições melhores na família. Ela sempre foi motivo de inspiração para mim porque viajava, conhecia o mundo, era independente”, conta a autora, que, aos 12 anos, tentava mil maneiras para arranjar dinheiro e comprar a coleção. “Só que… com 12 anos, você não trabalha, né? Fica difícil”, ri.

RAPHAEL DRACCON

Se Harry Potter inseriu Carolina em um mundo de fantasia e magia, uma tecnologia hoje ultrapassada fez o mesmo com seu marido Raphael Draccon no Natal de 1991. “Foi quando eu ganhei um Master System, que era o videogame de 8 bits que era o grande lançamento da época”, afirma.

O país passava por uma crise econômica após os mal-sucedidos planos Bresser, Verão e Collor, e tal presente era para poucos. Aos 9 anos e vestido com uma roupa de ninja que havia ganhado de aniversário, meses antes, o escritor ouviu de seu pai que havia algo perto da escada.

“Eu subi para ver e, quando virei, estava lá o pacote com o Master System”, conta Draccon. Aí, foi só alegria. “Comecei a pular, a agarrar meu pai, essas coisas. ‘Caraca’, primeiro presente caro que eu ganhei na minha vida!”, ressalta Draccon, que ainda lembra do jogo Alex Kidd in Miracle World.

“Nesse tempo a gente jogava Atari, né? E aquilo ali [Master System] foi a entrada numa nova geração, embora hoje já esteja tão ultrapassado…”, completa ele, que recorda com carinho até da “musiquinha” do game.

“[O presente] traz essa lembrança da entrada num mundo de entretenimento que foi muito importante até na minha profissão”, comenta o autor de Dragões do Éter, livro que tem referências a jogos comoFinal FantasyChrono Trigger.
Raphael Draccon e Carolina Munhóz

PAULA PIMENTA

Em 1984, ainda se ouvia música em discos de vinil e a banda Blitz estourava nas paradas de sucesso com hits como “Você não Soube Me Amar”.

Paula Pimenta, então com 10 anos, mesmo tão criança, quis um disco da Blitz. E tanto fez que conseguiu na noite de Natal. “Fiquei muito feliz. Até coloquei para tocar na vitrola na hora”, lembra. Até hoje, a autora das séries Fazendo Meu FilmeMinha Vida Fora de Série, que citam e brincam muito com músicas, mantém o álbum.

Mas algo deu errado logo em seguida. “Para minha grande decepção, as duas últimas faixas estavam muito arranhadas, riscadas mesmo. Era impossível escutá-las”.

Com os últimos respiros da Ditadura Militar no país, a censura ainda trazia seus despautérios. Sem saber e pensando ser um defeito só de seu disco, Paula foi com mãe à loja, para tentar uma troca. “O vendedor explicou que na própria capa, em letras pequenas, estava escrito que aquelas faixas haviam sido censuradas”, explica.

E o motivo da censura ter causado os arranhões? Nada de mais. Porém, a escritora foi saber só depois de adulta que se tratava de algo na faixa “Cruel, Cruel Esquizofrenético Blues”.

“Um palavrão e uma frase de sentido meio dúbio em uma letra que hoje em dia parece até canção infantil em comparação com o que a gente anda escutando por aí: ‘Você mandou embora numa cena feia, depois da ceia na noite de Natal. Só porque ela pegou no peru do seu marido, peru de Natal…”, detalha Paula.

Músicas, brinquedos bacanas, grandes livros, a presença de um ente querido ou simplesmente boas notícias são presentes – materiais ou não – que podem transformar o Natal em algo inesquecível. Você se lembra do seu?

O crescimento da literatura para jovens em 2013

Participação na matéria do JC Online sobre mercado editorial.

Link original: http://m.jconline.ne10.uol.com.br/t320/noticia/cultura/literatura/noticia/2013/12/22/110442

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O crescimento da literatura para jovens em 2013

Publicado em 22/12/2013, às 06h06

JC Online

John Green é um dos autores mais lidos pelos jovens no Brasil

John Green é um dos autores mais lidos pelos jovens no Brasil

Divulgação

Este foi o ano da consolidação da literatura para jovens no Brasil. Se o volume de lançamentos das editoras sedentas por best-sellers vem crescendo a cada ano, agora o mercado editorial vê com clareza os resultados disso: o balanço da pesquisa GfK deste ano apontou um aumento de 24% de vendas em relação a 2012 no País. Foi o setor que mais cresceu no período. O investimento das editoras tem aumentado, com verdadeiros leilões para adquirir o direito de publicação de livros que ocuparam algumas semanas no topo da lista do jornal New York Times, por exemplo.

O fenômeno é mundial. A prestigiada revista literária inglesa McSweeney’s já registrava, em 2011, o fenômeno pelas bandas europeias, em um artigo intitulado Os jovens estão lendo mais do que você. A atenção a eles é tão grande que já existem subdivisões, bem além da ideia de “infantojuvenil”: depois da literatura “young adult” (em tradução literal, “jovens adultos”, para leitores entre 13 e 18 anos), surgiu mais recentemente o “new adult” (“novos adultos”, voltado para pessoas entre 18 e 25 anos).

A designação das faixas etárias vai se atualizando – até para medições de mercado –, mas o que realmente muda em ritmo rápido são os gêneros, inventados e revalorizados a cada nova moda. Alguns exemplos recentes são os romances de distopia (estilo clássico de obras como 1984 e Admirável mundo novo, com narrativas que se passam em futuros tenebrosos, nos quais a sociedade tem uma estrutura injusta, como em Jogos vorazes) e da sick-lit (histórias em que os personagens principais enfrentam alguma doença grave ou terminal, como A culpa é das estrelas). Outros são mais estáveis, como a chick-lit, voltada para garotas, e obras de fantasia, como Guerra dos tronos e Harry Potter.

O melhor exemplo desse crescimento da literatura para jovens no Brasil é o autor norte-americano John Green. Lançado em 2012 por aqui, seu livro A culpa é das estrelas gerou uma verdadeira moda de obras com personagens que padecem de doenças graves ou terminais (leia mais sobre o livro na página 3). Mesmo sendo do ano passado, o volume é a segunda obra de ficção mais vendida no Brasil em 2013, segundo a Publish News, da Câmara Brasileira do Livro. O sucesso de Green não para por aí. Ele ainda chegou a ter outros três títulos entre os mais vendidos ao mesmo tempo: O teorema Katherine, Cidades de papel e Quem é você, Alasca?.

Um do motivos do seu sucesso, ele reitera em entrevistas, é não menosprezar a juventude, tratando os adolescentes e os jovens com respeito. Assim, seus romances – ainda que convencionais na forma narrativa e com uma linguagem relativamente comum – propõem situações sensíveis e escolhas complexas, como a própria vida.

Não há verdades absolutas no quesito formação de leitores, contudo, acredito que a literatura de entretenimento tem uma função social e lúdica específica e, não raras vezes, serve de porta de entrada para leituras mais aprofundadas.
André de Sena, professor de letras da UFPE

“Nunca se leu tanto como agora. Ainda que em um tablet, um smartphone ou na tela de um PC, essa geração está lendo e escrevendo o tempo inteiro”, defende o escritor carioca Raphael Draccon, um dos principais autores do cenário nacional. Ele é o criador da série de fantasia Dragões de éter, um dos grandes sucessos comerciais por aqui. “O mercado de jovem adulto é um dos que mais cresce a cada dia e de onde estão saindo as novas franquias cinematográficas. Assim como aconteceu com a literatura fantástica, é impossível negar-se hoje o poder literário, comercial e de formação de leitor desse gênero”, argumenta.

Para o biólogo e blogueiro pernambucano Marcos Tavares, de 24 anos, responsável por manter o Capa & Título (capaetitulo.blogspot.com.br), uma das características dos leitores jovens é transitar por vários gêneros. “Os leitores jovens hoje são mais livres, vão atrás do que eles realmente gostam de ler. Não querem saber do que são obrigados”, opina. A estudante de Administração Brenda Lorrainy, de 18 anos, diz não ter um gênero preferido, por exemplo. “Só não leio terror – ainda tenho algum receio – e autoajuda”, diz a também blogueira e leitora voraz, que mantém o Catavento de Ideias (cataventodeideias.com).

Leia mais no Jornal do Commercio desta domingo (22/12)

A literatura fantástica no Brasil

Texto de Filipe Larêdo para o Papo de Homem.

Link original: http://papodehomem.com.br/a-literatura-fantastica-no-brasil/

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A Literatura Fantástica no Brasil

Quando falamos de literatura fantástica, os primeiros nomes que vêm à nossa mente são C. S. Lewis (1898-1963) J. R. R. Tolkien (1892-1973) e George R. R. Martin (1948-).

Correto?

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Porém, embora seus nomes estejam sob pedestais nos cânones divinos do estilo, para muitos brasileiros, eles não são os únicos a receber os louros. E uma produção incessante, feita nos mais diversos rincões do Brasil, vem abastecendo leitores há algum tempo.
Mas se dentre os estrangeiros, os três citados podem ser considerados como a “trindade fantástica”, aqui no Brasil a realidade está tomando um rumo bem diferente, e novas trindades genuinamente brasileiras surgem a cada instante.

Com cenários suficientemente fantásticos e mitológicos, não é de se estranhar que o Brasil consiga ser palco de fascinantes livros ambientados dentro de seu território e muito além dele. Desde o extremo norte até os pampas sulistas, muitas histórias antigas são relatadas a partir de referenciais indígenas, negros e europeus. Essa mistura faz com que ricos temas possam ser abordados por autores nacionais, cujos trabalhos, nos últimos anos, vêm ganhando destaque e espaço nas prateleiras das livrarias e nos criados-mudos dos leitores.

Esse cenário é bastante promissor, porque gera oportunidade para aqueles que já estão no batente há mais tempo e que estão limpando o terreno para novos autores. E quem formaria a “ trindade fantástica brasileira”? Mesmo correndo o risco de ser injusto com outros autores de grande destaque, não é tão absurdo dizer que eles seriam André ViancoRaphael DracconEduardo Spohr.

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André Vianco

Embora os índices de leitura não sejam muito promissores no Brasil, esses três autores juntos alcançam números que fogem da curva da média com sensível vantagem e podem se orgulhar de já terem vendido livros na faixa dos milhões.

Sim, é verdade. Seus fãs são fiéis e, a cada lançamento, esperam ansiosamente para ter seus livros comprados e autografados. Em tempos de crise de leitura, eles podem ser chamados de verdadeiras estrelas literárias, o que, por si só, é um fato estranho para um país que quase não lê.

Porém, eles não são os únicos que fazem o fãs chorarem de emoção ao assinar seus livros e posar para uma foto. Carolina MunhózThalita RebouçasCirilo S. LemosEric NovelloFábio M. Barreto eAffonso Solano também vêm se destacando e já contam com várias dezenas de milhares de livros vendidos, causando alvoroço em todos as palestras e lançamentos dos quais participam.

Mas e por que a grande mídia ainda resiste em lhes dar espaço?

Felizmente, no Brasil, esse tipo de literatura começou a ganhar destaque há pouco tempo, muito graças a todos esses nomes citados.

Antes deles, a fantasia no Brasil era considerada gênero de baixo escalão (a chamada “baixa literatura”) e, para muitos, não merecia ser listado como obra literária, apesar da produção estrangeira figurar como clássica em seus países de origem.

Ou alguém se atreveria a chamar O Senhor dos Anéis de baixa literatura? Ninguém em sã consciência faria isso. Antes, precisaria estar ciente de que seria alvo de uma avalanche de críticas de mestres, doutores e pós-doutores, especializados em literatura tolkeniana e que discordam, revoltosamente, de alguém que não coloque o autor de O Hobbit nas mais importantes listas de obras.

Acontece que, a crítica literária no Brasil, embora comece a apresentar sinais de mudança, ainda é bastante engessada no academicismo. Ela costuma considerar como “boa literatura” apenas aquelas obras feitas por – ou referendadas por – gabaritados professores universitários.

Raphael Draccon

Raphael Draccon

Dessa forma, forma-se um círculo preciosista totalmente desnecessário, principalmente em um país que encontra graves dificuldades de comunicação entre livros e leitores. Se esse problema ficasse apenas no âmbito da produção, já seria grave. Porém, ele se estende para toda uma elite consumidora, que negará até a morte, mas, muitas vezes nem entende o que lê, já que os livros engessados são intelectualmente herméticos, e vai até as grandes mídias, que apenas reproduzem aquilo que lhes é oferecido como a “boa literatura”.

Contudo, os leitores já não precisam dos velhos críticos literários para lhes dizer o que é bom ou não. O acesso à internet permite que as pessoas conversem entre si, organizem encontros e saibam quando e onde o seu autor preferido estará.

Um exemplo muito interessante disso é o Simpósio de Literatura Fantástica (Fantasticon). Ele surgiu em 2007 e se orgulha de ser, hoje, um dos mais importantes eventos de literatura fantástica nacional. Todos os anos, promove encontros que incentivam e enriquecem o estudo e a produção desse tipo de literatura.

Outro exemplo importante são os podcasts, que podem ser literários ou sobre cultura pop, mas que fala sobre literatura, principalmente a fantástica. Um deles é o Rapadura Cast, cujo time conta com os autores Raphael Draccon, Carolinha Munhóz, Afonso Solano, entre outros. Nele, os participantes falam sobre temas variados, mas, por conta de sua quantidade imensa de seguidores, consegue divulgar seus livros e movimentam multidões em seus eventos.

Por último, podemos citar o portal Jovem Nerd, virou uma febre nacional e, pelo selo próprio,Nerdbooks, lançou quatro livros, conseguindo vender, sem o apoio formal das grandes redes de livrarias, dezenas de milhares de exemplares. Dentre eles, destaca-se o Branca dos Mortos e os Sete Zumbis, que conseguiu sucesso tão grande que teve os direitos de publicação comprados pela Globo Livros.

Esse três exemplos são apenas aqueles que mais têm se sobressaído nos últimos anos, mas uma intensa proliferação de canais midiáticos está se estabelecendo e os leitores conseguem consumir assuntos que lhes interessam. Mesmo assim, aquela dúvida anterior (por que a grande mídia ainda resiste em lhes dar espaço?) ainda permanece, mas agora parece incomodar não os consumidores ou autores prejudicados, mas alguns medalhões da literatura nacional, como Paulo Coelho.

Eduardo Spohr

Eduardo Spohr

Um dos mais importantes autores da história nacional e, certamente, o brasileiro que vendeu mais livros em todo o mundo, decidiu que era hora de se manifestar e, simplesmente, cancelou a sua participação no maior evento literário do mundo, a Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha, no qual o Brasil seria o país homenageado.

Paulo Coelho não contou conversa e falou ao jornal alemão Die Welt que abandonou o evento como protesto por autores da nossa “trindade fantástica”, André Vianco, Raphael Draccon e Eduardo Spohr não terem sido convidados para estar entre os setenta brasileiros presentes na lista. No papel de principal autor nacional vivo no cenário estrangeiro, a atitude de Paulo Coelho foi sublime.

Ele revelou, sem nenhuma trava, que aqueles autores selecionados e elitistas não resumiam de forma igualitária a literatura brasileira, uma vez que os brasileiros que verdadeiramente fazem sucesso entre seus leitores foram impedidos de participar.

A partir dessa nova postura, o cenário parece que vai mudando aos poucos. Quando uma figura como Paulo Coelho se posiciona a favor de um lado, toda a mídia abre os olhos e passa a pesquisar: mas quem diabos são esses caras?

Basta uma pequena fuçada em seus históricos para encontrar uma mina de ouro, diferente daquelas obras engessadas e inacessíveis, tomadas, supostamente, como a elite intelectual do Brasil. E esse novo apelo popular também começa a tomar forma. No mês de novembro desse ano, a novela das oito (ou nove) da Globo deu um espaço muito interessante para alguns autores, especialmente para Raphael Draccon e André Vianco, este último conseguindo, inclusive, colocar um de seus livros, Os sete, nas mãos de uma personagem, que inclusive conta um pouco da história.

Conforme a literatura fantástica brasileira vai sendo assunto nos meios de comunicação, mais leitores são conquistados. Dia após dia, o estímulo à leitura se constrói.

Porém, o cenário ideal seria que grande parte dos brasileiros soubessem quem são esses destacados autores que lutam por um lugar ao sol. Um passo seria fazer como é feito em outros países: O HobbitSenhor dos Anéis é indicado como leitura obrigatória nos colégios. Com livros como esses, dificilmente uma criança ou adolescente não vai criar carinho pelo ato de ler.

Nada contra os antigos clássicos da literatura brasileira, mas precisamos abandonar os arcaicos e conservadores comportamentos para entender que existe um extraordinário mundo novo lá fora, recheado de vampiros aterrorizando Osasco em A noite Maldita de André Vianco, Dragões de Éterde Raphael Draccon e O Inverno das Fadas, de Carolina Munhóz.

3 Motivos Para Você Ler Dragões de Éter

Post do Bloqueio Nerd sobre “Dragões de Éter”.

Link original: http://bloqueionerd.wordpress.com/2013/11/20/3-motivos-para-voce-ler-dragoes-de-eter/

Enjoy!

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3 Motivos Para Você Ler Dragões de Éter

Olá nerds, hoje eu vou mostrar a vocês, como diz no título, três motivos para lerem os livros da série Dragões de Éter. Mas primeiro vamos apresentar um pouco sobre a obra. Dragões de Éter e uma trilogia de livros que se passa no reino de Arzallum. A ambientação é de certa forma, medieval, porém possui alguns aspectos um pouco mais modernos, pois há inovações que não são utilizados por todos. Como por exemplo o advento da pólvora, que é utilizada pelos temíveis piratas em seus terríveis canhões, ou por alguns bravos caçadores, mas muitos ainda tem um pé atrás quanto a isso, pois a pólvora ainda é meio instável. A história gira em torno de diversos protagonistas e personagens secundários, cada um com sua história, mas que acabam se entrelaçando cada vez mais. Se você quiser saber mais informações sobre a obra, acesse o site de Dragões de Éter.

1. Linguagem

Os livros são escritos pelo autor Raphael Draccon, que apesar desse nome, é brasileiro. Eu nunca fui muito fã de literatura brasileira, pois não se vê muito dela no mainstream, e é cansativo ficar procurando pelo submundo literário quando já se tem muitas obras na sua fila de espera. Mas a linguagem de Dragões de Éter é realmente aconchegante. Como diz no próprio livro, é como se um bardo estivesse lhe contando a história. E como foi escrito originalmente em português, o leitor não perde nada. Uma piada, uma gíria ou uma brincadeira. E os personagens de Arzallum possuem um linguajar bem contemporâneo, pois como disse antes, a obra se passa num ambiente medieval-moderno, o que dá muita vida aos personagens.

2. Reinvenção

O mundo de Dragões de Éter é feito a partir da imaginação e de sonhos dos “semideuses”, que são nós mesmos. Como diz o próprio autor, Arzallum continuará viva enquanto estiver viva em nossas mentes. Por isso os personagens são reinvenções de personagens de contos infantis. Nós podemos identificar diversos deles, como a Chapeuzinho Vermelho, João, Maria e outros. Alguns deles facilmente, outros são mais sutis. É relativamente fácil criar algo inteiramente novo (não que vá ficar bom), mas mexer com personagens que já estão na mente e no coração do mundo inteiro, e fazer isso de forma magistral, sem deixar ninguém insatisfeito, isso é para poucos.

3. Referências

Algo muito bom que tem surgido nas últimas décadas, principalmente graças à internet, é que cada vez temos mais conteúdo criado por jovens. Alguns bem jovens, outros nem tanto. Mas o importante é que esse conteúdo ganha espaço. E a cultura pop vem invadindo a criação de conteúdo, nos sites, blogs, séries, e até nos livros. Dragões de Éter está repleto delas, e ainda tem uma explicação “lógica”, pois o universo é criado pelo nosso inconsciente, então o nosso mundo influência no deles, como as estrelas Cobain e Blake, e o príncipe Axel, que embora o autor diga que ele não colocou este nome devido ao Axel Rose, o seu inconsciente deve ter feito isso.

Bem pessoal, esses são os três motivos. Espero que tenha convencido vocês. Por favor comente aí, e se você não se convenceu ainda, eu faço outro post com mais três! Huahahaha. Não esqueça de compartilhar este post e dar um like na nossa page. Um abraço e até a próxima, fui!