Entrevista – Revista Galileu

Entrevista cedida para a Revista Galileu.

Link original aqui.

Enjoy.

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Ficção de fantasia conta com leitores participativos

Gênero está na moda e é impulsionado por outras mídias

por Diogo Sponchiato
Editora Globo

Foto: Divulgação

O carioca Raphael Albuquerque é tão devotado à literatura fantástica que adotou o sobrenome Draccon, sugestivo de um personagem que domina magias ou caça monstros lendários. E, realmente, ele é nome forte em tudo o que diz respeito ao universo de Tolkien, C.S. Lewis e George R. R. Martin. Além de autor reconhecido dentro e fora do país com a série Dragões de Éter, Draccon edita obras de fantasia, mantém site próprio e se orgulha de ter indicado à editora Leya a publicação no Brasil do fenômeno As Crônicas de Gelo e Fogo, cujos livros permanecem entre os mais vendidos. Ele acredita que a explosão da fantasia por aqui é fruto de uma influência do cinema e da TV e vê na participação ativa do leitor uma das fórmulas que continuarão sustentando o gênero. Entramos, segundo Draccon, na era da literatura 3D, em que o livro viraria, de fato, uma plataforma mais interativa.

GALILEU: A que você atribui esse boom de literatura de fantasia nas livrarias?
Ela sempre esteve entre as mais populares, mas essa explosão recente se deve à influência de outras mídias, principalmente o cinema. As obras de Tolkien, por exemplo, eram mais limitadas a um círculo formado sobretudo por jogadores de RPG. Com os filmes do Senhor dos Anéis, Tolkien foi do cult ao pop. E algo parecido aconteceu com As Crônicas de Gelo e Fogo, de George Martin. A HBO anunciou a série e, de repente, o livro virou um fenômeno mundial. A TV fez as vezes do cinema.
Com isso o gênero corre o risco de continuar mal visto pela crítica?
Vencemos o preconceito contra esse tipo de ficção. Assim como nos dramas realistas, há literatura fantástica boa e há ruim. Tolkien é tão respeitado hoje quanto Dostoievski. O que faz a diferença é pegar a produção de um escritor de verdade, com um projeto, e a de alguém que apenas quer pegar carona para lucrar com esse universo — nesse caso, seus livros chegam às prateleiras natimortos.

Como as novas mídias e a postura mais ativa do leitor repercutem no ofício do escritor?
Estamos diante de uma geração de leitores mais jovens que nasceram conectados. Hoje eles terminam de ler um livro e entram na comunidade virtual do autor, escrevem e compartilham finais alternativos, vão atrás de games baseados na obra. E isso passa pela cabeça do autor quando ele compõe. Então, por exemplo, a gente pensa em um personagem que some em um capítulo do livro e relata, num conto extra disponível no site, o que aconteceu com ele. Nas comunidades, o leitor opina, propõe histórias… Os fãs de Dragões de Éter criaram um personagem que irá entrar no próximo livro da minha série. Esse é o conceito de literatura 3D.

Os mestres da fantasia

O escritor brasileiro Raphael Draccon, autor da série Dragões de Éter (Editora Leya), lista os cinco nomes que não podem faltar na estante de quem aprecia literatura fantástica:

1. J.R.R. Tolkien
Mais do que criar histórias, o escritor britânico inventou uma geografia e uma mitologia, com direito a uma raça nova, os hobbits, e idiomas falados por elfos, anões e humanos. Detalhista e descritivo, trabalha em seus enredos com a noção de bem e mal e vez ou outra transmite uma lição de moral. Da sua extensa bibliografia, merecem destaque o divertido O Hobbit (que ganha adaptação para o cinema no fim do ano), a já clássica trilogia de O Senhor dos Anéis e O Silmarillion, o “Gênesis” dos mitos da Terra Média. Dá para dizer que ele moldou a ficção de fantasia no formato e estilo que a conhecemos hoje.

2. C.S. Lewis
Além de poeta e romancista, esse irlandês era um estudioso da religião e defensor dos princípios cristãos. E é claro que essa característica influencia suas ficções. Embora algumas pessoas considerem sua obra mais famosa, Crônicas de Nárnia, um pouco moralista e infantil demais, vira e mexe ela é incluída na lista de livros mais importantes da língua inglesa no século 20. Um dos motivos é que, sem contar o fato de que é gostosa de ler, a história propõe reflexões sobre amizade, fidelidade e fé.

3. Robert Howard
O escritor americano morreu precocemente aos 30 anos, mas deixou um legado e um grande número de aventuras de fantasia e terror. Suas histórias eram publicadas em revistas populares, comuns no início do século 20. Seu personagem mais famoso é Conan, o Bárbaro, protagonista de diversas histórias, mais tarde adaptadas para os quadrinhos. Howard trouxe para o gênero de fantasia a agilidade dos roteiros cinematográficos, dando prioridade às ações e diálogos, em detrimento das descrições de pensamento. Outra criação sua que vale a pena conhecer é Solomon Kane, um mercenário puritano que enfrenta monstros e demônios (também convertido para os HQs e para o cinema). Howard ainda é pouco conhecido pelo leitor brasileiro devido à ausência de títulos traduzidos e publicados por aqui.

4. Neil Gaiman
Esse inglês radicado nos Estados Unidos incorporou mitos das mais diversas origens nos seus enredos ambientados no século 20 e nos dias de hoje. Ganhou notoriedade com os quadrinhos de Sandman, que contam histórias de uma entidade que governa os sonhos e suas relações com humanos e outros seres míticos. No romance Deuses Americanos, os deuses trazidos pelas pessoas que vieram colonizar ou ganhar a vida nos Estados Unidos se armam para enfrentar os deuses da nova era, representados por meios de comunicação como a televisão. Gaiman é visto como um criador de fábulas e aventuras lendárias dentro de cenários contemporâneos.

5. George R.R. Martin
Apelidado de o “Tolkien americano”, o escritor e roteirista nascido em Nova Jérsei é o criador do fenômeno de vendas As Crônicas de Gelo e Fogo. São sete livros previstos, sendo que, até o momento, cinco foram publicados. Uma avalanche de personagens integra o épico de fantasia marcado por uma leitura ágil, diálogos bem construídos e personagens ora simpáticos, ora suspeitos. Martin quebra maniqueísmos e não poupa personagens (basta dizer que um dos supostos protagonistas morre no final do primeiro livro). Também tem gosto apurado por cenas de sexo e violência. Alguns críticos afirmam que sua façanha é conceber um panorama dos dramas, necessidades e falhas humanas em um contexto de magias, criaturas do gelo e dragões.

“Fios de Prata – Reconstruindo Sandman” no Omelete

O pessoal do Omelete recomendou “Fios de Prata – Reconstruindo Sandman” e a HQ “Independência ou Mortos”, do amigo samurai Fábio Yabu, no último OmeleTV .

Quem quiser assistir, só dar play abaixo.

Enjoy.

Curitiba 29/09 – Lançamento e autógrafos de “Fios de Prata – Reconstruindo Sandman”

Curitiba, no outro sábado estamos aí…

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MRG & RapaduraCast In Rio nesse domingo, 16!

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Galera do RJ, nesse fim de semana acontecerá um encontro histórico IMPERDÍVEL!

A Fantasy – Casa da Palavra, em parceria com a Livraria Travessa, irá promover o encontro com dois dos maiores podcasters da internet brasileira: o RapaduraCast e o Matando Robôs Gigantes.

A ocasião irá contar com a participação do cast carioca de podcasters, além da presença direto de Fortaleza de Jurandir Filho.

Iremos falar sobre cinema e literatura fantástica, brincar com o público, montar histórias ao vivo e registrar momentos divertidos e inesquecíveis, além de sortear alguns brindes e comentar em primeira mão sobre tudo o que vem por aí.

O evento também comemora o lançamento no RJ do livro da Fantasy: “O Inverno das fadas“”, de Carolina Munhóz, o campeão de vendas do grupo Leya na Bienal de SP desse ano, ao lado de “Dança dos Dragões”, de George R.R. Martin, e o “Fios de Prata – Reconstruindo Sandman“.

Time RapaduraCast presente:

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Jurandir Filho

Draccon com camisa

Raphael Draccon

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Carolina Munhóz

Time MRG presente:

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Affonso Solano

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Beto Duque Estrada

Data: Domingo, 16/09

Local: Livraria Travessa, do shopping Leblon

Horário: 17 hs

Após o evento haverá sessões de fotos e autógrafos.

Não deixem de aparecer. Tragam seus livros, amigos e familiares.

E sejam muito bem-vindos à fantasia.